Antes das doze horas do dia 5/7 o cortejo partiu levando o corpo de minha mãe para o cemitério de Avaré, onde minha família tinha um masoleu. Eu permaneci em casa tentando me orientar. Todos saíram só restando para mim a companhia das lembranças e de uma casa toda em desordem pois o velório tinha sido em casa. Logo minha irmã apareceu com um bando de mulheres para por a casa em ordem. Me senti sufocada pelo o barulho e invadida em minha privacidade. Foi aí que os conselhos de mamãe se fizeram presentes,ela dizia "Filha sua irmã é totalmente diferente de voce, seu coração imenso deve dar a ela compreensão, amor e desculpa toda vez que ela extrapolar."Fui para meu quarto, tentando fazer o que a minha mãe pedira. Quando a casa já estava em ordem meu cunhado que havia ido ao enterro, chegou com a notícia que meus tios tinham levado meu pai para o Parana. Todos voltaram para suas casas; para os irmãos do papai, minhas tias tinham ficado comigo. Quando ele a chamou para ir embora minha irmã disse que ia me chamar, ouvi ele dizendo" pra que ela esta bem grandinha para viver sua vida sem nos atrapalhar". Assim mesmo ela foi me chamar, mas eu disse a ela ficaria bem. Eu não iria a lugar algum. Ela foi para sua casa e o vazio tomou conta da minha casa. Deitei no sofá, onde tantas vezes fui acarinhada por mamãe e vovó e me pus a chorar,tudo aconteceu como ela havia previsto EU ESTAVA SÒ. Eis que adentram a sala dois anjos da guarda, Dona Cinira (aquela mulher com quem eu ia buscar lenha no mato) e sua filha Ana Maria. Elas me traziam comida e Ana Maria trazia suas roupas pois tinha vindo para me fazer companhia. Levantei, as abracei e me pus a chorar de alegria pois naquele momento, isso era o que mais eu precisava !
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