31 de mar. de 2011

Toda a família ficou maravilhada com o tamanho e a beleza de meu filho!

Quando minha sogra olhou bem para meu filho, ficou boquiaberta, ele além de lindíssimo, tinha as sobrancelhas exatamente como do meu sogro, ela então ajoelhou  ao lado da cama e me pediu perdão por ter dito que poderia não ser de seu filho.Meu sogro não via a hora de entrar para ver seu neto. Ele chorou muito com meu filho no colo.Falava com o neto contando que ele teria a honra de usar o nome de seu bisavô.
Meu filho era enorme,pesava mais de5 kg e media 49cm,tinha a pele clarinha,como a luz do luar,bochechas rosadas,boquinha vermelha, olhos claros e muito espertos,o cabelo era tão loiro que misturava com o claro da pele.Tinha a cabeça exatamente como qualquer italiano.Ele tinha papadinha e sua mão gordinha tinha furinhos e suas pernas e braços tinha dobrinhas.Era um bebe de 5 meses! Como o Pai tinha sido generoso comigo.
Quando todos se retiraram  e eu fiquei só com ele, em oração pedi ao pai compeenção, abnegação e capacidade para fazer dele um verdadeiro homem criado a sua  imagem e semelhança.
Uma dúvida me corroia , eu não sabia o nome do avô do meu marido,portanto não sabia seu nome.
No outro dia quando meu sogro veio bem cedo ver o neto eu já o  havia limpado,trocado suas  roupas, arrumado o quarto.Quando a vó Brasília veio conhecer o bisneto ficou muito brava comigo, disse que eeparadou não poderia fazer nada que ela estava ali para me ajudar.Apesar de discordar dela, como a respeitava muito me calei,pois afinall eu faria tudo como  havia me preparado.
Antes do meu marido sair para registrar o bebe,pedi a ele que desse a ele tambem o sobrenome Porto.
Assim foi feito.Logo eu soube que o nome do meu filho era Ulisses,um lindo nome. Finalmente meu pai havia ganho mais um para continuar seu nome

30 de mar. de 2011

Me senti plena, realizada e participante da criação Divina


 Demorei muito para voltar, pois as contrações estavam bem próxima uma da outra. Chegando em casa preparei a roupinha que seria colocada no bebe.Seguindo a tradição da minha família,seria colocado uma roupa amarela, escolhi a mais bela camiseta pagão: a camiseta de baixo, de manga longa,amarrada atrás,com gola e punho com acabamento em ponto caseado bordado com borboletas coloridas e a de cima sem mangas abotoado no ombro, toda bordada na frente, tudo feito na delicada cambraia amarelinha. Isso aconteceu a mais de 44 anos, mas para mim é como se tivesse acontecido ontem .
Ter um filho não significa que a mulher se tornou mãe,se tornar mãe é um momento único,a mulher se sente plena, participante da criação Divina,sentir seu filho sair de dentro de si, torna a mulher um ser especial.
Separei toda a roupa que o bebe usaria após o banho.  preparei tudo que seria usado no parto.
Coloquei sobre a mesinha: a agua mineral,material esterilizado para contar o umbigo,banheira para banho, algodão para limpar boca e nariz .
Forrei a cama e fui para o banho.quando voltei,mais de 11h, estavamos no horário de verão , a bolsa estourou e aí tive que contar  para minha sogra.Chovia  torrencialmente, ela se apavorou pois para ela ter um filho era um horror,se agasalhou e saiu na chuva para procurar uma parteira, nesse momento meu marido estava chegando e ao ver sua mãe sair correndo,falando em dor,corre atrás dela. O meu sogro acorda e ameaça entrar no meu quarto. Exijo que não entre.
A hora havia chegado! Agora era só eu  e meu filho! O bebe fazia sua parte forçando a saída, e eu fazendo força a cada contração forte  .Quando começo a perder as forças sinto, claramente a mão de minha mãe,e finalmente meu bebe nasce!
Nesse momento, como por encanto minha sogra e uma parteira adentro ao quarto,e são recebidas pelo choro forte do novo ser: era um menino enorme,loirinho,loirinho. Meu sogro quando ouve eu dizer que era um menino grita Pelo amor de Deus põe o nome do meu pai. E assim foi feito, mas com uma condição a de ser um PORTO.


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29 de mar. de 2011

Finalmente a hora de dar ao mundo mais um ser, estava chegando!


Na madrugada do dia 16/01/1967, acordei sentindo esquisita, meu bebe não mexia, estava dormindo, para alguém que pulou por sete meses , isso só poderia significar que ele estava guardando energia para conhecer o mundo, onde era aguardado com ansiedade e também curiosidade :seria menina ou menino,loiro como minha família ou mulatinho como a família de seu pai?, Que cor seriam seus olhos azuis, como da mamãe ou negro como do papai!E aí bateu um temor,eu seria a mãe certa para esse ser? Seria capaz de dar a ele todo ensinamento que recebi de meus pais, saberia educa-lo, como fui educada, saberia a hora de dizer NÃO, saberia a hora de solta-lo no mundo?
Todos esses pensamentos dançavam em mente, enquanto meu corpo se preparava para o grande momento! Loiro ou moreno, pele branca ou negra, pouco importava, o mais importante é que seria meu filho ou filha. era só esperar para ver sua tão sonhada carinha.
Eu havia me preparado para um parto natural e algo me dava a certeza que assim seria. Para minha irmã logo que começasse a sentir dores deveria ser levada para o hospital, motivo pelo qual escondi de todos que já estava em trabalho de parto.
Depois do almoço, passou em casa uma amiga da minha irmã,que logo que chegou notou o meu estado, mas eu expliquei que era só cansaço, que o bebe estava pesando muito.Ao retornar para sua casa foi logo contar
para minha irmã,que tão logo o sol se pôs veio me ver Quando ela chegou as contrações já estavam mais próximas, mas mesmo assim neguei, até a acompanhei até perto da linha.Só eu sei como foi difícil esconder.

28 de mar. de 2011

Quando saiu o resultado do exame,papai se encheu de orgulho!

Como o ano letivo havia terminado, eu voltei para minha casa.Naquela noite fiquei lembrando o que nos aconteceu quando meu sogro decidiu construir uma nova casa para nós. Segundo ele se nós colaborasse  com a construção,a casa seria nossa.Como eu tinha dado um mês de aula usei todo o dinheiro na construção..Foi feito um quarto para o bebe ao lado do nosso, uma sala dois ambientes separado por um nicho.uma copa-cozinha ampla e bem iluminada,como estava para ligar a agua e energia elétrica,foi construído um banheiro confortável ao lado da sala.Quando ficou pronto, lavei, limpei canto por canto  e como não tínhamos moveis pensei em montar só que tínhamos, até comprar o resto. Cansada dormi como uma pedra naquela noite. Antes do raiar do sol acordei com um barulhão. Qual não foi nossa surpresa ao verificar que meus sogros tinham acabado de mudar em nossa casa.Com muita raiva disse que nos ficaríamos na casa velha, mas ele disse que ela já estava alugada
Tivemos que nos contentar em ter nosso quarto e, onde seria o quarto do bebe, fiz uma sala, para poder receber minhas visitas
Foi com muita raiva que dormi! Vários  meses haviam se passado, mas minha raiva era a mesma.
Logo nos ultimos dias do ano de 1966, sai o resultado  do exame de ingresso ao magistério, minha irmã foi a
primeira a encontrar minha classificação. Eu e meu filho havíamos passado em primeiro lugar na região
e segunda no Estado todo. Quando papai ficou sabendo, fez uma cópia da folha onde havia saído e saiu mostrando para todos, o mais engraçado é que meu sogro repetia é a minha nora.
Acho que essa foi a primeira vez que ele se referiu a mim com orgulho.

Ajudada por meu filho,prestei o segundo concurso de ingresso do Estado.

Entre lãs,tecidos, fitas e muita dedicação, chegou finalmente o dia do concurso, que seria em Bauru ,como o dinheiro estava curto resolvi ir de Maria Fumaça.Para estar em tempo em Bauru decidi ir um dia antes e ficar na casa da minha prima.
Como eu estava no final da gravidez, não poderia viajar sem companhia, minha irmã mandou comigo uma senhora sua conhecida. Preparei uns lanches e muitos ovos cozidos.Minha irmã deu também lanche e algum dinheiro a essa senhora.
Tomamos o trem e fomos até Rubião, onde fizemos baldeação para Bauru.Lá chegando minha prima me esperava na Estação. Dormimos em sua casa,onde fui muito bem tratada por todos. Antes do sol nascer nos dirigimos ao local de exame.Minha prima me levou até o ponto do ônibus, mas eu não tinha dinheiro para mais esse gasto, eu só tinha, contadinho o dinheiro para a passagem de volta, Disse a minha prima que o ônibus estava demorando e nós iríamos até o outro ponto a pe. Devo ter sido convincente, pois ela acreditou.
No pé dois eu e a senhora fomos até o centro da cidade onde ficava a escola  onde eu faria o exame. Eu sempre afirmei que quem me deu essa força toda foi aquele serzinho que eu carregava em meu ventre. Imagine uma   grávida de 8 meses pesando quase 100 kilos conseguir andar tanto e ainda fazer um exame escrito de 8 h ? Foi meu pimpolho que me ajudou.
A prova consistia em cultura geral e específica, reservando para cada uma 4 horas para se responder.
O primeiro problema que enfrentei foi como caber na cadeira. Minha barriga estava tão grande que eu não cabia na cadeira,tiveram que conseguir uma mesa e cadeira maior para mim. No período da manhã foi a prova de cultura geral que eu tirei de letra, sabia quase todas. Depois o horário para o almoço.
Eu não tinha dinheiro para comer. A senhora que me acompanhava me trouxe uns ovos cozidos e meio pão.Esse foi o meu almoço.
Ana Maria, uma colega da minha cidade veio me agradecer pois havia copiado parte da minha prova, ela disse que se eu estivesse na sua frente ela teria ido muito mal, em agradecimento ela me trouxe um refresco e uma maçã.
No segundo período terminei mais rápido ainda,a demora foi esperar que minha colega copiasse.
Voltei para casa cansada mas com a sensação do dever cumprido e a certeza que que o ser  que estava chegando seria um ótimo amigo ou amiga.

27 de mar. de 2011

Eu teria alguém só meu por um certo tempo!




A chácara ficava longe da escola onde eu trabalhava, no começo foi tudo bem, até que o meu bebe cresceu tanto que ficou difícil fazer todo percurso á pé, e o amor do meu pai, novamente me ajuda, ele oferece no período de aula dois cómodos, já mobiliado da casa dele. Rapidamente eu aceitei, e depois comuniquei ao meu marido. Era tudo que eu queria ,ficar longe da megera. Sozinha eu poderia curtir melhor o meu bebe.No outro dia me mudei com a cara e a coragem.Meu pai morava na casa onde eu sempre morei, bem pertinho  da escola. Tudo foi resolvido, podia comer o que meu dinheiro pudesse comprar, não estaria a mercê de pessoas gananciosas.A única pessoa para quem eu contei, foi o Fernando. Quando eu pedi a minha sogra material para o enxoval do meu filho ela pegou um monte de camisas velhas e lençóis velhos para que eu fizesse fraldas e camisetas. Joguei tudo no lixo, pois meu filho merecia o que houvesse de melhor e não lixos.
 O que meu dinheiro deu eu comprei em pano de fraldas, alpaca para as camisetas, o resto o tio Fernando deu com muito amor.O meu tempo ficou dividido entre a escola e a confecção do enxoval do meu rei. Nada foi costurado a máquina tudo foi feito com ponto paris, com carinho e muito amor.Enquanto eu fazia o enxoval, minha barriga crescia. Nessa época saiu inscrição para concurso de ingresso no magistério público, e eu naturalmente me inscrevi.Enquanto fiquei na casa do meu pai,meu marido vinha várias vezes por dia me ver.Isso provava que longe da mãe ele era outra pessoa.

26 de mar. de 2011

A nova vida começa, cercada por muitos problemas!


Fui morar com meus sogros numa chácara lindíssima, com muito verde, porcos, cavalo, galinhas. Lavava-se roupas num riacho no fundo da chácara. Minha sogra deixou patenteado que não gostava de mim,chegou a dizer que eu tinha olho de cobra. O meu sogro apesar de muito amoroso se deixava  levar, por pura comodidade, pela mulher. Minha situação não era nada fácil eu só tinha uma pessoa do meu lado,d. Brasília, avó de meu marido. Ela era quase negra, com todos os caracteres da raça, e  principalmente  dona de um coração imenso. Conquistou o meu afeto desde o primeiro dia em que a vi. Vó  Brasília me apresentava aos outros como minha neta branca, eu percebia orgulho e muito amor quando dizia isso.Minha  sogra pedia para eu por as camisas de meu marido quarar e quando meu sogro chegava ela ia logo dizendo que eu queria acabar com as roupas de seu filho, ela era  a maldade em pessoa. Jurei que ela não me venceria.Meu marido nunca me defendeu, pelo contrário permanecia  alheio a tudo. Quando fiquei grávida a primeira coisa que ouvi foi será que é do meu filho?Os únicos que ficaram felizes foram: vó Brasília e meu pai. Meu pai foi contra o casamento e eu nunca contei os horrores que passei com aquela família, pois fui alertada por ele  e não dei ouvidos,portanto decidi vence-los sem alardes.o Meu sogro era mão fechada, para fazer economia picava mandioca e cozinhava junto com o arroz. Como criavam porcos para matar cozinhavam a carne que não ia para a venda e colocavam numa lata, na hora da comida aqueciam e comiam.Isso era feito até na hora do café da manhã,aliás essa era a primeira refeição deles. Como eu já trabalhava, comprava alguma coisa para comer, quando eu não tinha dinheiro passava fome. Meu maior terror era no dia de matança, chegava a chorar quando eles começavam a separar os animais para serem mortos, imediatamente eu saía mesmo que não pudesse.

24 de mar. de 2011

Como, não sei, mas me casei!

Naquele domingo, eu não tinha planos, pretendia ficar em casa lendo um novo romance que havia alugado na biblioteca dos Paullisch. Mal o sol se escondeu o Salvador, filho do Bolonha,  apareceu.Papai reçabiado foi até o quarto avisar que ele estava na porta e foi logo dizendo:"eu não tenho nada contra esse moço,nem o conheço, mas sei que o pai dele é um ignorante que eu não aprecio muito."Fui atende-lo. ele havia vindo me buscar para ver o filme do Mazzarope, me aprontei e fomos como dois amigos. Todos ficaram curiosos ao nos ver juntos. Eu era uma moça bem educada, estudada,trabalhadeira e ele tinha a fama de ser sustentado pelo pai, inteligente,mas sem estudo, resumindo nos éramos um o reverso do outro.Ele era um bom papo, havia lido muitos livros que eu também havia lido. Tínhamos muito assunto em comum. Acredito que isso nos aproximou. Por dois meses saímos todo final de semana e em 16/04/1966 nos casamos, hoje olhando friamente o passado ainda não entendo como tudo aconteceu. Acho que um estava no destino do outro.Fomos morar na casa dos pais dele,que HORROR! Essa família não tinha nada a ver comigo.A mãe dele era uma mulata bem bonita, mas sem educação e aparentava  não conhecer o amor, nem mesmo de mãe para filho, seu pai era um italiano ignorante,mas muito amoroso, até em excesso.

23 de mar. de 2011

Aquilo que Deus uniu no céu, um dia se une na terra!

  Esse encontro inesperado com o filho do Bolonha me intrigou bastante. Ele foi o único jovem da minha idade que não quis me namorar, e agora se aproximou sem nenhum receio. Venho a minha mente todas as vezes em que tivemos a oportunidade de nos conhecermos melhor mas todas foram um desastre. Eu o conheci quando tinha 5 anos . Nessa época eu morava no sítio,e o pai dele alugou uma das casas que papai comprou em sociedade com meu tio Alexandre.A casa dele era ao lado da casa onde morava meu tio,dividindo o mesmo quintal.Uma vez por semana vovó Bárbara vinha cuidar da casa e das roupas do meu tio e naturalmente eu vinha junto.Achava aquele meninho muito chato, ele nem sabia brincar, pudera com aquela mãe! Tio Alexandre tinha uma horta muito bonita,e a família de inquilinos podia usufruir dela.Em um certo dia em que eu brincava na horta, a mãe do menino veio colher verduras para o almoço,e ele também, ele não sabia brincar,era uma chatice. Decidi pregar lhe uma peça, me aproximei e disse para ele colher os tomates. Como pouco pensava obedeceu minhas ordens e colheu tudo.Quando meu tio chegou foi um horror! Ele exigiu que o Bolonha pagasse os tomates. Os tomates foram pagos, mas ele exigiu do meu tio que eu não chegasse nem perto dele mais.

21 de mar. de 2011

Era hora de decidir minha vida sem orientação da minha mestra!

  

 Com a companhia da Ana Maria, as saudades  de minha mãe e vovó foi amenizada  pelo carinho e atenção que recebi de sua família. No final de Julho voltei para minha classe em Taguaí. Lá permaneci até o final do ano letivo. Eu havia combinado com mamãe que tentaria uma classe no município, e assim o fiz; inscrevi  na escola onde estudei para se substituta efetiva. A prova seria em Janeiro. Em Dezembro vim de vez para minha casa Essa foi a pior férias que já tive; meu pai trabalhava em outra cidade e se não fosse a Ana Maria eu teria ficado sozinha o tempo todo, não tive festa de aniversário, Passei o Natal com as belas lembranças dos outros Natais.
Na segunda quinzena de Janeiro fiz o exame, passando com a nota máxima e fiquei com a vaga. Eu teria que entregar a documentação no começo do ano letivo. Liguei para Taguaí e combinei que iria pegar os documentos no final de Janeiro. No último dia de Janeiro lá fui eu buscar a documentação em Taguaí.
Após visitar os amigos que lá deixei, pegar os documentos no Grupo Escolar,vim para Avaré.  Chegando na Estação, comprei a passagem
e me dirigi ua plataforma, entrando no bar do Rubens,onde normalmente quando chegava da escola tomava um lanche. Chegando no balcão pedi o de sempre, um rapaz que estava tomando lanche ao lado diz: servido mocinha? agradeço e peço o de sempre Enquanto espero o rapaz puxa conversa. Como tínhamos estudado na mesma escola e seu pai era filho de italianos, nos já nos conhecíamos, e tínhamos muito o que conversar. Conversa vai conversa vem, o tempo foi passando e nós nem percebemos que o trem havia se atrasado. O trem que deveria passar as 8 h só passou as 10h.A cconversa continuou no trem.Chegando em Cerqueira César levamos um susto, a cidade estava na maior escuridão. Não sei  se por educação ou por puro interesse ele se ofereceu em me acompanhar até minha casa. Nessa época uma moça séria não andaria só em uma escuridão. E lá fomos nos andando e conversando. Chegando em casa agradeci e ele me convidou para ir ao cinema assistir o novo filme do Mazzaroppe Eu disse que era só ele passar me pegar.

19 de mar. de 2011

Tudo que Dona Nega previu realmente aconteceu!

Antes das doze horas do dia  5/7 o cortejo partiu levando o corpo de minha mãe para o cemitério de Avaré, onde minha família tinha um masoleu. Eu permaneci em casa tentando me orientar. Todos saíram só restando para mim a companhia das lembranças e de uma casa toda em desordem  pois o velório tinha sido em casa. Logo minha irmã apareceu com um bando de mulheres para por a casa em ordem. Me senti sufocada pelo o barulho e invadida em minha privacidade. Foi aí que os conselhos de mamãe se fizeram presentes,ela dizia "Filha sua irmã é totalmente diferente de voce, seu coração imenso deve dar a ela compreensão,  amor e desculpa toda vez que ela extrapolar."Fui para meu quarto, tentando fazer o que a minha mãe pedira. Quando a casa já estava em ordem meu cunhado que havia ido ao enterro, chegou com a notícia  que meus tios tinham levado meu pai para o Parana. Todos voltaram para  suas casas; para os irmãos do papai, minhas tias tinham ficado comigo. Quando ele a chamou para ir embora minha irmã disse que  ia me chamar, ouvi ele dizendo" pra que ela esta bem grandinha para viver sua vida sem nos atrapalhar". Assim mesmo ela foi me chamar, mas eu disse a ela ficaria bem. Eu não iria a lugar algum. Ela foi para sua casa e o vazio  tomou conta da minha casa. Deitei no sofá, onde tantas vezes fui acarinhada por  mamãe e vovó e me pus a chorar,tudo aconteceu como ela havia previsto EU ESTAVA SÒ. Eis que adentram a sala dois anjos da guarda, Dona Cinira (aquela mulher com quem eu ia buscar lenha no mato) e sua filha Ana Maria. Elas me traziam comida e Ana Maria trazia suas roupas pois tinha vindo para me fazer companhia. Levantei, as abracei e me pus a chorar de alegria pois naquele momento, isso era o que mais eu precisava !

E, mansamentre ela se despediu desta vida!

No mês de maio só consegui vir em casa até o dia18. A chuva violenta destruiu pontes e eu fique em Taguai sem condições de ir e vir.Na casa da Iolanda eu estava bem acomodada, mas o estado de saúde de mamãe não me deixava ter paz, principalmente por que sem minha presença todos descobririam sua doença. Deve ter sido dolorido para ela ter que contar que estava no fim sua vida na terra. Como minha irmã reageria?Naturalmente eu seria cruficicada por ter escondido de todos. Com o fim das chuvas, chegou também as férias  de inverno e eu pude voltar para minha mãe. Lá chegando  fiquei apavorada com o que vi: todos os parentes, até aquele que nunca nos visitava,estavam esperando a morte da minha mãe. Procurei minha irmã para saber o porque disso e a resposta me irritou  mais ainda ela me disse"eu não sou como voce, eu me preocupo com a mãe, diferente de voce que estava deixando a mãe morrer sem tratamento,avisei os parentes para serem minhas testemunhas, e fazerem companhia a ela "Nada respondi pois tinha certeza que mamãe não estava contente com isso.Fui ao quarto e caí em lágrimas, deitada, mal arrumada ,com um monte de gente ao redor da cama, mamãe agonizava.Pedi aos parentes que me deixasse a sos com ela, todos se retiraram e eu pude conversar com ela. Dei-lhe um bom banho, pus roupas limpas nela e na cama. Com muita dificuldade ela pediu que perdoasse minha irmã. Preparei a comida que ela mais gostava.Desse dia em diante não me afastei mais dela Ela morria um pouquinho por dia,a falta de ar era forte e a morfina que eu aplicava não fazia mais efeito,qualquer ruido a irritava.Permaneci ao seu lado até que no dia 4/7/1965, aquela heroina que abriu mão do luxo para viver humildemente, nos meus braços encerra sua participação na terra.Sou avessa a   idolatria  ao defunto pois fui educada acreditando na imortalidade do espírito.Por respeito a vesti com uma vestimenta minha, nada de roupa nova como era costume.Até no ultimo instante respeitei o seu desejo.O que morrera era a vestimenta carnal que minha mãe usou,ela era eterna pois é morrendo que nascemos para a vida eterna! Ela levou para o túmulo a flor que mais amava, camélias brancas que um amigo de Taquarituba mandou quando eu voltei para casa.

17 de mar. de 2011

O valor de uma amizade, não tem como ser medido!

Quando mudei na casa da rua Stélio Machado, conheci uma família que viria a ser uma extensão da minha. Eram muito pobre, mas entre eles reinava muito amor. O pai um italiano idoso que punha alças nas canecas e cabo nas panelas, era um verdadeiro artista nessa arte. A mãe era uma senhora maltratada pela vida, mas que conservava a alegria de viver.Tinha um casal de filhos do casamento anterior,dois casais desse casamento. Para ajudar ela fazia sabão para vender. Saia todos os dias para catar lenha no mato, nem sei o número de vezes que a acompanhei, era uma diversão e tanto. Éramos muito diferentes mas entre essa família nasceu um elo muito forte, tanto que eles foram  a minha âncora quando mamãe se foi. A filha mais nova se tornou uma grande amiga, me seguindo por onde eu fosse. Contei sobre eles para que entendessem o que vou contar.  Durante o mes de maio, no Dia das Mães, fui entregar um presente para mamãe, mas pediu que eu só entregasse quando  minha irmã chegasse. Logo cedo ela chegou. Mamalãe colocou os presentes sobre a mesa e então  pegou o meu  e deu para minha irmã, e o dela me deu falando 'DE  HOJE EM  DIANTE  UMA  DEVERÁ  SER   UM  POUCO   A  MÃE  DA  OUTRA"Como eu sabia que ela logo nos deixaria, entendi o recado,mas minha irmã que nada sabia ficou sem entender nada. Só no final do mes com a minha ausencia e que ela saberia do real estado da mamãe.

16 de mar. de 2011

Finalmente fui lecionar no Grupo Escolar!

Taguaí
A dona da classe que eu estava substituindo, retorna da licença e eu assumo minha classe no  Grupo Escolar, na própria cidade, eu não mais precisaria do cavalo. Como eu precisava de um local para descansar, uma das professoras ofereceu um quartinho na sua casa. O que se apresentava como um prémio logo se mostrou um pesadelo. Quando comecei a lecionar, o Estado demorava 6 meses para liberar o pagamento, por tanto eu paguei para lecionar por 6 meses. Quando recebi a quantia era grande, deu para ir até a Argentina e fazer muitas compras, inclusive cashemer. Que tal conhecer a roubada em que me enfiei indo para a casa da colega de escola?O marido dela era alcólatra e as vezes decidia bater em todos, era só gente pulando pela janela, que sufoco!!!!! Lá eu cansei mais do que andar á cavalo. Foi então que uma alma
caridosa me covidou para ficar na casa dela. Como era uma família italiana me senti em casa, fiz muita amizade com todos da casa, havia uma das filhas que  tinha meu nome. Devo muito a essa família, principalmente  por ocasião da morte de minha mãe, mas essa é uma outra história!
Quando comecei a lecionar,aos novos cabia a pior classe, pois as melhores ficavam com os professores mais antigos.Pensando bem isso era justo, porque a mais idosa já estava cansada, e nós novos tínhamos o arrojo da juventude, a força do sangue novo e desejo de aprender. A minha nova classe não fugia a regra.
Eram 45 alunos com uma imensa disparidade nas idades indo de 10 anos a 15 anos. Eram anti-sociais, agressivos, e mal sabiam ler na quarta série. No começo para eles eu era só uma jovem com um corpo bonito, mas rapidamente perceberam que eu era uma mulher atraente, mas muito melhor como uma professora que levava a sério sua profissão. Quando o ano terminou e eu decidi não permanecer na escola 
foi uma choradeira danada! 
No mês de maio choveu muito e eu fiquei isolada, sem conseguir ir para casa e como mamãe teve uma crise
forte, a doença dela se tornou pública. Era o começo do fim!

15 de mar. de 2011

Minha ida e vinda da escola era uma grande aventura!

Todos os dias letivos eram sempre iguais;saia de casa muito antes do sol, entrava na boleia do caminhão de
leite, ia sacolejando mais que liquidificador, parando em cada ponto e recolhendo os  latões de leite; passava por barro,saia de lado, levantava poeirão quando não chovia.Descia  em Fartura, trocava o sapato
ia à pé, cortando caminho até Taguai, pegava o cavalo montava,descia a serra até a escola. O mais interessante e curioso, o cavalo era sempre empatador,  só subia ou só descia a serra, portanto se eu
descesse a serra montada, na subida subiria puxando o cavalo. Era uma BARRA. assim como as
outras professoras , nos aguentávamos por que acreditávamos na nossa profissão e nossa contribuição para a melhoria do Estado. Chegando em Taguaí, devolvia o animal, e ia até o Posto
de Gasolina, onde o proprietário, amigo da família, conseguia uma carona até a entrada de Avaré.
Para conseguir a carona, o Carlos, como filho de itáliano, muito parecido comigo, costumava dizer

que eu era irmã dele, e assim sempre fui tratada com muito respeito. Chegando no pontilhão perto da linha, em Avaré eu descia e ia correndo até a Estação Ferrea onde tomaria o trem até minha cidade. Subia a pé até minha casa. Cuidava da minha mãe, fazia o seviço que ela não tinha condições de fazer.Isso só era possível, porque preparava a aula enquanto espera carona. No outro dia seria tudo igual. Esse é um dos motivos que eu acredito que os atuais governantes, quando nos deixam sem aumento por mais de doze anos não recolhecem a nossa contribuição para a  EDUCAÇÃO.  SERÁ QUE NOSSO SACRIFÍCIO FOI EM VÃO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!






12 de mar. de 2011

Finalmente consegui lecionar!

 Após muita procura encontrei uma vaga na cidade de Taguai, não era muito perto mas foi o melhor que consegui.Hoje é tudo mais fácil, o recem formado dá aula na mesma cidade ou uma cidade de fácil acesso. Quando me formei havia muito menos escola e os meios de transportes eram bem precários e  . muitas vezes o professor precisava morar ao lado da sala de aula. Havia muitas escolas rurais ,onde o dono da fazenda havia construído uma casa legal para  que a professora  morasse. A escola que eu consegui ficava na serra de Fartura e eu morava na serra de Botucatu. Logo no final de Janeiro eu fui conhecer o lugar. Era uma cidadezinha pequena com um grupo escolar,uma praça bem cuidada e uma família tradional  que tinha tantos  filhos que eles se chamavam por ordem numéricas, eu fiz muita amizade com a oitava. No início eu iria substituir nas Águas Virtuosas, e depois ficaria com uma classe vaga no Grupo da cidade. Fui embora satisfeita. O Fernando conseguiu que um amigo dele, me levasse no caminhão com o qual ele iria buscar leite em Fartura. Assim eu poderia vir para a casa todos os dias.  Ansiosa nem percebi Fevereiro chegar. Com ele chegou o meu primeiro dia de aula. Logo de madrugada vestindo uma roupa discreta, um sapato confortável, material escolar na bolsa lá fui eu pegar o caminhão de leite, papai me acompanhou. Chegando em Fartura, troquei o sapato por um chinelo e o resto do caminho fiz a pé, até Taguaí. de lá segui a cavalo até onde eu iria lecionar.Era uma única sala e 15 alunos:4 no primeiro ano, 9 no segundo ano e 2 no terceiro ano. Nesse dia nos apresentamos,brincamos e conhecemos a escola.  Para mim esse foi o meu dia em que sózinha fiquei ensinando!

11 de mar. de 2011

Nasce uma nova professora, apaixonada por crianças e animais!

Você achou esquisito eu não saber do vestido que fiz com tanto cuidado e dedicação? É que fui educada colocando o ser humano em primeiro lugar. Para mim a matéria passa, mas a essência fica; os bens materiais vão e vem, o que realmente fica é o que se construiu.Vamos ao assunto. No dia do baile  meus colegas ficaram
preocupados com a minha demora, e quando souberam a causa, mesmo sem saberem a real gravidade da doença de minha mãe, deram as mãos e oraram por ela. No outro dia lá estavam, em minha casa contando sobre o baile e da falta que fiz.
Diploma na mão era hora de registra-lo e partir para a luta, foi aí que tomei uma decisão, que mudaria  e totalmente a minha vida. Eu era noiva e estava de casamento marcado para menos de um mês. Meu noivo era o homem que toda mulher quer: bonito  culto, amoroso, aparentemente me amava muito, de posses  mas com defeito imperdoável para mim, não gostava de animais. Decidi romper o  compromisso, mesmo sabendo que mamãe gostava muito dele. Naquela noite fomos ao Parque de Diversão e lá devolvi a aliança dizendo que ele não era  o homem que eu queria na minha vida. No outro dia amanheci livre para cuidar da minha carreira, o amor ficaria para depois!
Diploma registrado  hora de batalhar uma escola para dar aula. Não poderia ser muito longe porque eu precisava cuidar da mamãe. Nesse período vivi  um misto de euforia e de apreensão por não conseguir por em prática tudo que eu idealizara como educação!

9 de mar. de 2011

Finalmente chegou o tão esperado dia da formatura!

Durante os anos do curso nos preparamos para a formatura, se o curso era especial a nossa formatura  deveria ser tão especial quanto ele. Vendemos o jornal que editavamos, vendemos doces, todos os alunos
doaram algo para a venda.Por três anos, como  formiquinhas fomos juntando o dinheiro para uma formatura espetacular. Eramos 9 mulheres e só um homem, que "cortou um 12 na nossa mão".A ultima vez que falei com ele, foi a mais de 11 anos, uma pena porque ele se tornou umapessoa especial para mim  gostaria muito de continuarmos tão amigos
como antes. O tempo passou rápidamente e os exames finais foram feitos.Começou então os preparativos para a tão sonhada formatura.
Já haviamos combinado que no baile teríamos uma orquestra internacional, o nossodinheiro dava para issoDecidimos que cada mulher teria uma flor no vestido social. Asolenidade de entrega de diploma, a escola faria como era  de  praxe no cinema da cidade,o baile seria  num clube cedido  por um político, o vestido deveria ser belo, as cores seriam combinadas entre nos.O único homem deveria estar de smok.Decisão tomada, passei a procurar o tecido moderno rosa(essa foi a cor que me coube).Depois de muita procuraencontrei um bordado inglês rosa bem clarinho, esse tipo de tecido era novidade total.Decidi fazer um vestido de alça, com recorte no busto,de corte reto,com amplo decote nas costas. O barrado bordado seriaa parte da barra, e os bordados estariam também no recorte do busto. Seria todo rebordado com lágrimas de pérolas. Na cintura seria colocado um cinto fino do mesmo tecido fechado na cintura por uma flor.E assim foi feito. Meu vestido ficou lindo! Meu cunhado, meu padrinho de formatura, me deu o anel de professora. O clube foi todo decorado por nós.De uniforme recebemos o diploma.Retornamos a nossas casas,para nos aprontarmos para o baile. Novamente a vida me prega uma peça: mamãe estava passandomuito mal.O meu querido vestido todo lindo.,descansava sobre  minha cama, e lá permaneceu, enquandosocorríamos mamãe,ela era mais importante que um baile. Ao nascer do sol a crise já havia passado, minha mãe mais uma vez vencia a morte. O meu vestido nunca foi usado, na verdade, não lembro o que fiz com ele!

8 de mar. de 2011

E, eu cursei o Ciclo Colegial de formação de professores!

O ano  letivo estava para começar e os  aprovados nem sabiam se conseguiriam estudar pois só 9 alunos, de mais de cem haviam sido aprovados, e o número era insuficiente para a implantação do curso. Por um ato político  se instituiu  um curso novo e exprerimental.Um curso que alémde preparar o aluno para lecionar, daria a prática, e cultura .Tinhamos 18 matérias no primeiro ano.O ´prédio seria o mesmo onde fiz o ginásio(onde hoje funciona a APAE) ,pequeno e impróprio. Sem sala o curso funcionou no laboratório.O ano começou com 9 alunos, os melhores da região. Logo no começo do ano, junta-se a nós uma jovem vinda de outra cidade que rapidamente se entrosou com todos
O curso todo foi muito divertido, pois nos conhecimos desde o ginásio. Para que pudessemos praticar foi montado um anexo com salas de grupo escolar. Aí foi montado uma CLÌNICA PEDAGÒGIA. O que eu mais lembro foi o primeiro dia que dei aula. Era sobre animais.Toda empolgada eu disse que o cachorro era ser humano, quando deveria ter dito ser vivo. Até hoje as colegas de classe ainda fazem gosaçao. Eu continuei o curso em Avaré,me diplomando com mérito.
Continuei a dar aula de reforço, escrever para o jornal, e o que mais eu gostava era ajudar minha mãe a cuidar da minha sobrinha. Ela era completamente diferente da minha familia, era morena com os cabelos enrolados,quase pixaco. Logo que eu chegava da escola corria paparica-la. Minha irmã trabalhava na escola onde eu estudava. Bem.cedinho ela chegava, trazendo alegrias para uma avó que sabia queessa alegria não duraria muito. Em nenhum momento esqueci que logo mamãe nos deixaria, mas sua força me deixava envergonhada por entristecer com o fato.Minha sobrinha, crescia esperta e muito curiosa, o que custou vários cadernos meu rabiscado, trabalhos manchados, folhas rasgadas e rabiscadas.No começo achava que fazer esse curso era um sacrificio, mas aos poucos fui me apaixando pelo magistério. COMO MINHA MÂE ME CONHECIA ! Nessa época tive alguns problemas de saúde, mas tendo minha mãe como protetóra consegui terminar o curso entre os primeiros alunos, só não tirei o primeiro lugar devido o número de falta. Por três anos essa classe pequena em números de alunos foi um exemplo em dedicação e em aprendizagem
Esse curso que deu a mim e meus colegas de classe  base para mudar para melhor a educação do país
não pode ser implantado no Estado devido seu alto custo. Para mim foi uma honra ter participado desse
projeto!!!!!!!!!
 .

7 de mar. de 2011

Porque me tornei professora.

Até meados de 1960, as escolas premiavão no fim do curso o primeiro aluno. No grupo juntamente com outra menina recebi um depósito bancário em meu nome. Não lembro qual era a quantia. Só sei que sinto até hoje as palmas quando fuichamada no palco para receber as homenagens por ter obtido a maior nota após 4 anos de esforço. Fui cumprimentada por todos os professores e quando a diretora me deu o dinheiro(sei que era um bom dinheiro pois meu pai disse que ele teria que trabalhar mio ano para conseguir essa quantia).todos ficaramem pé  aplaudindo eu e minha companheira. Foi muito emocionante! Não dá para esquecer!
No ginásio tudo se repetiu, só que quem conseguiu o primeiro lugar comigo foi um amigo, tão tímido quantoeu. Ele continuou comigo, estudando, por mais tres anos.
A época do ginásio me trouxe muitas novidades.Minha única sobrinha nasceu,passei a namorar,e por indicação dos professores passei a dar aula de reforço;  fazer trabalho para os outros alunos.Foi  uma época que aprendi muito. No finalzinho do curso,ganhei  do amigo Carlos Lacerda um curso de oratória, na cida dade de Bauru, onde eu já jogava basquete.O curso acabou e todos se preparavam para o exame do curso de magistério, menos eu que já havia passado e estava cursando o científico no Cel. João Cruz em Avaré.
Muitos prestaram o exame, só7 passaram. Foi então marcada a segunda época. Eu estava sossegada até
que o rumo da minha vida mudou.Mamãe temendo me deixar desamparada decidiu: ou eu fazia o
exame e passava, ou não mais  estudaria em Avaré.Mesmo não querendo ser professora, fiz o
exame e passei. continuei estudando em Avaré. Hoje eu agradeço minha mãe, pois me realizei como
professora. Mãe encherga longe!!!!!

5 de mar. de 2011

O carnaval de ontem e o de hoje!

Para os jovens da década de 50 e 60 o Carnaval era uma das festas mais esperadas, a diversão era total. As famílias preparavam fantasias, cada uma procurava ser melhor que a outra. Como eu não frequentava o clube onde morava, e também não tinha com quem pular, ia para Botucatu, pular com os familiares de minha avó Rubina. Fazíamos reunião para decidir a fantasia, e separar quem fazia o que.Como eu  costurava ,fazia algumas fantasias e ficava encarregada de todas as pinturas. Em um determinado baile tivemos a ousadia de nos fantasiarmos de esqueleto.Todos usamos um macacão preto, no qual eu pintei um esqueleto ,deu um trabalhão! Depois de nos aprontarmos, saiamos da Vila Operária com destino ao centro onde ficava o clube, era um show a parte .A família toda: mãe, pai, filhos,tio,sobrinho,primos todos com a mesma fantasia e munidos da mesma animação. Íamos cantando e pulando na maior animação carregavam na bolsa,
confete e serpentina e no coração uma vontade louca de divertir. Hoje todos levam na bolsa camisinhas e no
coração o desejo de transar.Carnaval hoje é comercio, não diversão! Nos bailes havia respeito entre os foliões. Hoje só há uma pegação!Não sou moralista, mas se diversão hoje é transar,fico triste, pois falta a
todos imaginação,que era o que mais tínhamos. Diversão não esta ligada a sexo. Na minha época nos jogávamos confeite e serpentina hoje os jovens usam baseado. Uma das fantasia que todos da minha
lembram eu usando era uma saia santrope com uma blusa amarrada na frente.Fiquei bem legal nela!
Acredito que no nosso meio deveria ter pessoas como hoje, mas era excessão, não regra, hoje a regra
é curtir, beijar muito e usar muitas camisinhas! No Carnaval hoje a mulher é usada como um objeto.

4 de mar. de 2011

A vida continua mesmo sem a vovó Bárbara!

Após o enterro da vovó, meus tios permaneceram em minha casa até a missa de sétimo dia,como era o costume da época.Todos os dias rezava-se o terço.A época era outra! No meu coração havia um vazio!O mais difícil  foi o retorno `a escola pois eu sabia que ela não estaria me esperando.Foi justamente por ama-la muito, que ergui a cabeça, e em sua homenagem parti para as conquistas. Eu não poderia  decepcionar aquela que mais havia investido em mim. Vovó Bárbara não morreu e nunca morrerá enquanto houver pessoas falando o que ela pregava, fazendo os artesanato  que ela sempre ensinou, fazendo as comidas que ela sabia fazer, enquanto houver uma italiana chorando as saudades de sua terra. Ela viverá  eternamente neste blogger. Viverá eternamente nas  minhas lembranças e nas histórias que conto aos meus descendentes.Esse ano que passou  para história com a liberdade do hippe ,os festivais me reservava  Surgiu  no seio de minha mãe pontinho escuro. Procuramos o médico que pediu alguns exames, que  ela prontamente fez. Vinte dias depois voltamos ao médico para saber o resultado dos exames. Com tristeza soubemos que mamãe estava com câncer no pulmão.Imediatamente ela perguntou ao médico quantos anos de  vida ela ainda teria, ao que o médico respondeu "por volta de uns 3 anos." Comecei a chorar mas minha mãe me abraçou e disse" Pode ter certeza que não vou embora sem deixar você formada e talves até casada"O médico deu todas as orientações e quando íamos saindo ela disse a mim e o médico "SÓ  NOS  TRÊS  SABEREMOS  O   QUE EU TENHO, NINGUEM DEVERÁ SABER O QUE EU TENHO, QUERO VIVER COMO SEMPRE VIVI, NÃO  PRECISO  DA PIEDADE DE  NINGUÉM,  SÓ DO  RESPEITO"e assim foi feito, somente o Fernando ficou sabendo!

3 de mar. de 2011

É morrendo que se nasce para a vida eterna!

                                                

Em minha vida tudo foi muito intenso, enquanto fazia uma tarefa já tinha outra em mente. Pintava tela enquanto comia, estudava um texto enquanto ia ao sanitário, enquanto ensaiava passava na máquina as minhas roupas. Eu não podia perder tempo pois tinha muito a conquistar. Tudo que conquistei e que ainda vou conquistar devo quase que unicamente a minha avó Bárbara,que conseguiu transformar uma gatinha fraca em um leão furioso e pronto a lutar. Sempre que eu dizia eu não posso ela me dizia "SE SEU PAI É O DONO DO MUNDO, VOCÊ NÃO TEM LIMITAÇÕES, VOCÊ TUDO PODE, BASTA QUERER". E, ASSIM ELA ME TRANSFORMOU EM UMA FORTALEZA. Estávamos no final de 1959, ela já não era a mesma ,assim como o sol vai se pondo devagarinho,ela também foi se despedindo desta vida bem devagarinho enquanto sua luz ia se apagando. Os meus quinze anos foi o último que eu a tive ao lado neste plano. O Natal por ser meu aniversário, era a data mais importante para ela. Quando abrimos a cesta seu entusiasmo foi menor que todos os ouros anos.Seus cem anos estavam  pesando. Meu amor morria um pouquinho por dia, até que logo após o Natal , ela estava deitada havia se despedido de sua filha Esperança, minha mãe e minha irmã foram acompanhar a visita até o portão e eu fiquei na sala. Ouvi um barulho no seu  quarto, corri e quando cheguei na porta, minha avó estava sentada na cama, mas de uma maneira esquisita. Fui até ela mas já não me respondeu. Ela havia entrado em COMA. O dia 7/01/1960 se anunciou com a passagem definitiva da minha avó para a vida eterna, pois segundo São Francisco "È MORRENDO QUE NASCEMOS PARA A VIDA ETERNA'