28 de fev. de 2011

Embalada pelas músicas de Elvis Presley, eu fui campeã!

Eu sempre gostei de dançar e o Fernando foi meu professor.Juntos e com a companhia casal amigo, costumávamos ir dançar nos bailes rurais. Para iluminar havia no centro do local do baile um lampião. A gente dançava até cansar e então, dávamos um geito de bater no lampião, que ia pro chão. Todos ficaram loucos da vida, e nós saíamos correndo, com todas correndo atrás. Para nós era só uma brincadeira sem maldade. 
Como Fernando não era bem aceito no clube local,eu nunca fui a essa casa de dança Dançávamos  em :  Avaré,  Botucatu, Ourinhos e Bauru.Na febre do rock , aprendi a dançar fazendo até a passagem por cima do acompanhante, mas como Fernando era muito mais  baixo que eu precisei procurar outro parceiro.Testamos vários rapazes, mas para Fernando nenhum servia. Na época eu tinha um namorado, e certo dia ele levou seu irmão mais velho, para me ver dançar.Como ele gostava muito de dançar, não demorou para ele entrar na dança. Fernando achou que ele tinha jeito e começou a nos ensaiar. Não tínhamos outro desejo senão a diversão Como dançávamos muito bem, não demorou para ser convidados para dançar em  outras cidades. Quando  Fernando soube de um concurso de dança, imediatamente nos inscreveu. Ganhamos esse e muitos outros concurso de dança. Como sempre fui "doida" pelo Elvis Presley, sempre dançei ao som de suas músicas.Como foi maravilhosa essa etapa da  minha vida.

27 de fev. de 2011

A cascata com sua beleza alegrou o meu lazer!

Vizinha da cidade onde eu morava,ficava Santa Bárbara, que hoje é Águas de Santa Bárbara, mas suas qualidades  como a cidade das águas são as mesmas. Famosa pela suas  águas termais, própria para cura atrai muitas pessoas de locais distante. A cidade é cortada por um rio, motivo a mais para visita-la, próximo da cidade fica a maravilhosa cascata que na minha  época chamava Capão Rico, hoje, não sei. Para se chegar até ela percorria-se um trecho de declive, após a estrada. O cenário campestre era todo pintado pelo verde das plantas, em uma curva se visualizava a mais queda d'água que já vi,  pela grande vasão de água. Toda cercada pela mata natural, próximo a cachoeira havia uma piscina onde nós brincávamos horas à fio. Ela era toda cheia de pedras, e a agua escoava entre elas. A mãe natureza caprichou na construção dela. Nas laterais formava pequenos rios,o que lhe dava muito charme. Hoje há um acesso pela rodovia Castelo Branco, facilitando seu acesso. Sempre que possível,reuníamos, preparávamos os lanches,conseguíamos  condução, e lá íamos nós passar um dia feliz. Como eu tinha muito medo de água, nem levava maiô, até que uma vizinha me deu um lindo maio preto, quando eu o experimentei gostei tanto que passei a ir sempre com ele. O negro do maiô ressaltava a brancura da minha pele, o azul dos meus olhos e minhas belas curvas. A  diferença entre as jovens do meu tempo para as de hoje é que nós não estávamos preocupadas em se mostrar, mas sim só em estarmos satisfeitas conosco mesmos e o principal sermos felizes. Éramos criadas com disciplina, muito amor e nossos  pais procuravam preservar a nossa inocência pelo maior tempo possível.

26 de fev. de 2011

O cinema e o footing na Praça da Matriz

Na década de 50, ir ao cinema era uma ótima distração. Onde eu morava o cinema ficava próximo à praça onde ficava a igreja matriz.Tinha um serviço de som e quando
ia começar a sessão tocava o "Tema de Lara ".Nessa hora todos saiam
correndo para não perder o seriado de 15 minutos que antecedia ao filme.Era uma grande animação,toda e qualquer sessão. Até quando o filme era péssimo,nós nos divertiamos. O que importava era estarmos juntos rindo, chorando ou  comentando.Muitos casais se formaram numa sessão. Havia o lanterninha que além de acompanhar os retardatários procurando um lugar, tinha a obrigação de fiscalizar os bons modos dos casais. No começo a tela era menor, mas com o avanço da industrias cinematográfica com a vinda da téccolor foi trocada por uma enorme.Assisti todos os filmes do Mazarope,Marlon Brando,Toni Curtes e outros. Tenho uma péssima lembrança desse cinema. No ano de 1960 eu tinha um namorado sério e no dia do meu aniversário ele, filho de um político, por estar em Brasília, não pode se fazer presente, eu muito espertinha fui ao cinema com outro jovem , Ele havia me mandado de presente um sapato e uma bolsa. E não é que chega no final da sessão e ao me ver com outro jovem, simplesmente se aproximou enquanto eu saia e me deu um tapa no rosto. Sai de fininho sem alvoroço. Nunca mais esqueci                                                                                                 
Antes de ir ao cinema, ficávamos andando na praça, ao redor da parte central, os rapazes ficavam do lado de fora, no seu melhor terno, de cabelo arrumado, nos observando, e algumas vezes nos elogiando. Eu achava uma situação ridícula, mas para acompanhar as amigas ia. Mamãe ficava brava quando eu dizia que era como se nos estivessemos sendo observado e analisadas para depois ser escolhida. Nunca namorei alguém que conheci na praça. Sempre fui muito seletiva. Todas as vezes que o Fernando estava na cidade nós bagunçavamos muito.Éramos a atracão! Quando chegávamos juntos todos sabiam que nessa noite ninguem teria sossego.                                                                                                            
ERAMOS FELIZES COM  MUITO POUCO! TUDO ERA MOTIVO PARA RISADAS.! CARREGAVAMOS A INOCENCIA NA ALMA! SONHAVAMOS.....................................................


COM  UM  MUNDO MELHOR, MAL SABENDO QUE ESSE MUNDO SÓ PIORARIA! ANSIAVAMOS EM SER VALORIZADAS      NÃO SABIAMOS QUE NOSSAS OBRIGAÇÕES SÓ AUMENTARIAM!

GANHANDO NOS PERDEMOS A GRAÇA DE SER

MULHER!

25 de fev. de 2011

Um dia o circo foi muito importante!

 No terreno próximo a minha casa além do Parque de diversões,servia também para receber os circos com seus palhaços,malabaristas,seus cantores, e no final o teatro. A chegada do circo, assim  como o parque agitava a cidade toda. Bastava alguém dizer que um circo estava para  chegar, para que os moleques marcarem ponto no terreno, querendo ser o primeiro a se oferecer para vender pirulito de caramelo, pipoca, doces durante o espetáculo pois assim poderiam entrar sem pagar. Para nós os artistas do circo eram tão especiais como hoje são os artistas de televisão. As meninas mais assanhadas chegavam a cometer loucuras para falar com um deles, como acontece com os artistas de TV. Formava fila de jovens se oferecendo para trabalhar na montagem do circo. Era uma grande alegria ver subir a lona para cobri-lo. Pelas ruas da cidade um caminhão com as principais atrações, defilava todo enfeitado e com som altíssimo. O prefeito da cidade saia para cumprimentá-los, e tinham até camarote cativo, bem de frente para o picadeiro. Era uma honra ser cumprimentado por um artista de circo. No dia do espetáculo a fila para comprar o ingresso era enorme. Os ingressos eram para arquibancada, cadeiras e camarote. Quem não podia pagar entravam passando por baixo da lona, as vezes eram pegos e passavam um" carão " Haviam caravanas de artistas que viviam se apresentando em circo

24 de fev. de 2011

O lazer em cada fase de minha vida..........................................

Na minha primeira infância, morando na roça, a vida era uma grande brincadeira, corria livremente embalada pelos sons da natureza, iluminada pelo sol,acariciada pelo vento, rolava pela grama verdejante, brigava com as ervas que teimavam em atrapalhar os meus passeios, falava com os animais e fazia deles meus companheiros de travessuras. As árvores eram os degraus da vida,que mais tarde eu teria que escalar. Maior, passei a viver na cidade,no começo minha única distração era brincar com meu cachorro,ma logo fiz amigos e a bagunça começou!Brincávamos de cabra seca,amarelinha,pega-pega,esconde-esconde.Mas o mais importante, nossos pais conversamos muito conosco.Quando mudamos para a casa da rua Stélio,a um quarteirão de casa ficava o terreno onde se instalavam os parques e os circos A chegada de um parque na cidade era uma grande festa.A crianças se divertiam até enquanto o parque era montado.Os brinquedos coloridos eram colírio para nossos olhos.Ficávamos extasiados ao ver a roda gigante.No dia da primeira função a cidade toda comparecia.Enquanto os brinquedos giravam as pessoas passeavam e o erviço de som seguia com se correio elegante, aproximando as pessoas.O parque era na minha época,o que o shop é hoje.

22 de fev. de 2011

E eu descobri que fazendo o que gostava,poderia ganhar dinheiro!




Sempre gostei de pesquisar,mas na segunda série do ginásio, enquanto minhas pesquisas eram elogiada a maioria era criticada., foi então que um colega sugeriu que eu fizesse sua pesquisa ele me pagaria., de imediato não repondi,disse que daria a reposta no outro dia. Contei a vovó e a mamãe.As duas disseram que eu só deveria fazer o que quisesse. Procurei a Clarice e pedi sua opinião. Imediatamente ela me disse que eu deveria fazer e cobrar caro pois era um trabalho difícil. No outro dia eu concordei em fazer desde pagassem 50% no pedido e 50% na entrega. Se não pagassem desta maneira eu não faria ou não entregaria. Como em todo trabalho eu colocava um desenho, não demorou muito para que começasse a fazer também os trabalhos artisticos. Por um bom tempo ganhei muito dos alunos preguiçosos. Estava começando os bingos em praça pública.Era uma grande febre! Havia propaganda feita por carros e venda das folhas do bingo de porta em porta. As cidades se revesavam na execução dos bingos.Foi então que tive uma grande idéia. No dia do bingo,eu pegava uma porção de telas,amarrava de maneira que pudesse colocar nas costas, punha os pinceis e o carvão numa bolsa, onde também levava meus lanches. Ia de trem (nessa época era chic viajar neles) até a cidade onde se realizaria o bingo. La chegando procurava uma criança bem bonita pedia aos pais para desenha-la. Enquanto desenhava  as pessoas ficavam olhando e quando terminava e dava de presente aos pais já tinha um monte de pedidos.Todos queriam levar uma foto dos filhos para casa  Enquanto teve bingos eu ganhei muito e depois......bem essa é outra história!

21 de fev. de 2011

Como o francês se tornou minha terceira lingua!

Com o inicio e posterior sucesso do jornal, os professores tornaram-se mais audaciosos. Passaram a desenvolver cada um uma atividade melhor.A professora de francês era uma jovem,a pouco formada,filha de austríacos, cheia de novas idéias.Como já era minha conhecida,mamãe costumava fazer doces para eles rapidamente nossas loucuras se misturaram.Por falar o francês, as aulas dela eram uma delícia:nos só falavamos na sua lingua. Certo dia fui fazer uma entrega na sua casa e muito metida e sabendo que eles falavam o francês cumprimentei a dona Paula Paulisch a sua lingua. Ela achou que eu tinha um bom francês.Ela achou que eu não tinha o sotaque  característica do brasileiro.Acredito que por ter falado o italiano e depois o português tenha ajudado.Todas  as tardes eu ia na casa da dona Ingleborq Paulistich, esse era o nome da  professora, Lá aprendi o francês. Eu adorava ir lá pois todos me tratavam muito bem,e quando d.Ingle decidiu montar um uma festa com música,dança,poesia e uma peça de teatro Clair de la Luna.Participei ativamente na elaboração e no ensaio e apresentação da peça de teatro.Tudo foi um sucesso e eu sai ganhando,ganhei amigos e aprendi nova lingua. Meu interesse foi tanto que em 1958 passei a fazer a Aliança Francesa   em Bauru.

20 de fev. de 2011

O jornal da nossa escola passa a circular

Os professores ficaram felizes com todo o material que eu consegui e muito quando disse que não havia vínculo com o político, mas sim com o jornalista Carlos Lacerda, que sempre quis me ajudar  nos estudos.Ele costumava dizer que eu tinha muito potencial,e poderia ser até um políco famoso uma jornalista de renome.  Essa minha afirmação deixou os professores aliviados pois todos eram politizados, mas não filiados a partidos políticos.Os  professores juntamente com os alunos,passam a estabelecer as regras para as edições do jornal . Fico determinado que cada professor cuidaria de sua área e eles determinariam o  que seria publicado Valorizariam a criatividade,correção na escrita,e se o assunto seria de interesse de todos. Aos poucos determinados alunos passaram a escrever sempre a mesma secção. Eu além de participar  da impressão sempre escrevi entrevistas de impacto. Procurava assuntos  atuais e entrevistava as  pessoas envolvidas.  A minha melhor reportagem foi :"O prefeito que entra" e "O prefeito que sai" . Nessa reportagem procurei mostrar através de perguntas o que pensava o prefeito eleito,seus anseios e seus planos para seu governo.Do prefeito que entregava o cargo procurei saber suas impressões após o mandato, tudo aconteceu como era esperado,teve desilusão,decepção ou saia realizado. Consegui mostrar que ao assumir o prefeito acreditava que mandaria na admistração da cidade e ao sair chegava a conclusão que tudo era uma ilusão pois por melhor que fosse a ação dependeria dos vereados.  O prefeito que saia tinha feito um excelente governo, mas saia decepcionado com a política. Essa reportagem agradou tanto ao  Carlos Lacerda, que ele publicou uma análise do assunto tendo como base a minha reportagem, no seu jornal A tribuna da imprensa, no Rio  de Janeiro.

19 de fev. de 2011

Nasce um jornal, na escola!

Tínhamos muitas atividades extra curricular, no ginásio. Os alunos tinham as ideias e se fosse boa os professores apoiavam dando orientação. Eu que adorava ler tive a ideia de fazer um jornal,que também trouxesse notícias da cidade. Todos acharam a ideia ótima, mas quase
impossível de se colocar em prática devido o alto custo do material que
se utilizaria.Não me dei por vencida, parti para a luta. Papai pertencia a
um partido político e eu havia conhecido um famoso jornalista do mesmo partido. Na reunião, fui com papai e como sempre o jornalista lá estava.Eu sabia que Carlos Lacerda admirava minha inteligencia e minha fluência verbal  Tomei a liberdade de contar dos meus planos. Ele ouviu tudo com muita atenção e pediu um tempo para ver o que poderia fazer para a realização do meu desejo. Não contei nada para ninguém, a não ser para meu pai. Certa que teria ajuda passei a pesquisar sobre o assunto.Imaginem quem ,eu seria hoje se naquela época pudesse contar com a Internet.Uma semana depois, os políticos se reuniram para um jantar.Mamãe é que preparava toda a comida. Quando fomos levar o jantar, que seria em uma fazenda da cidade, Carlos Lacerda nos trouxe de volta. Chegando em casa saímos do carro, agradecendo pela carona, quando ele pergunta se não poderia descer para tomar um café.Papai ficou feliz e rapidamente disse que ele nos daria uma honra imensa.Tomamos licor e ele pediu para falar com, papai em particular. Depois da conversa foi embora dizendo que estava combinado que nos veríamos no Rio de Janeiro. Naquela noite meus pais conversaram muito como se planejassem algo. No outro dia no café da manhã foi me dada a notícia um avião me levaria para o Rio de Janeiro, para conhecer como se fazia o jornal A Tribuna da Imprensa.Fiquei eufórica! No dia marcado eu e papai fomos até a fazenda Jamaica e de lá seguimos de avião até nosso destino. A viajem foi ótima, não tinha os solavancos que a carroça dava. Achei tudo muito interessante:como chegavam a notícia e como era escrita, até sua impressão. Era bem complicado e caro, mas um técnico me levou a uma loja onde conheci o mimeógrafo a álcool e como ele funcionava fazendo cópias.Tudo começava da escrita no estencio. Tudo que fosse feito nele poderia ser imprimido.Foi pedido que desenhasse o Rio.  Mais que depressa desenhei um avião sobrevoando a Praia de Copacabana e nele estava escrito' A Tribuna da Imprensa saúda esta beleza natural. Esse desenho foi publicado no jornal com os dizeres ' contribuição da futura jornalista ADELIA.' Eu voltaria novamente ao Rio , mas para brilhar como representante da Divisão de Ensino de Botucatu, primeiro  numa gincana de matemática e depois sobre a Grécia que foi minha grande paixão. No outro dia eu chegava à escola com todo material para o jornal da escola. Ganhei o mimeógrafo e 10.000 estencil.Agora sim o nosso jornal nasceria!

18 de fev. de 2011

Ragazza parla, parla de corsa che è la vostra destinazione!

Quando nos mudamos para a casa da Rua Stelio Machado Loureiro,logo fiz amizade com os vizinhos. Dentre os vizinhos, estava uma  Delegacia de Policia, e eu fiz amizade com todos, do delegado,policiais,até o faxineiro,pois ali chegava jornais e revistas, as quais ele me emprestavam. Após ler eu as devolvia intactas.Percebendo o meu  desejo de ler e aprender, o delegado começou a trazer de sua casa enciclopédias para atender o meu desejo de aprender,mas não antes da aprovação do meu pai.Nas noites após os afazeres, quando íamos fazer o nosso artesanato,mamãe deixava o som do rádio no mínimo e eu falava horas passando tudo que havia aprendido nos livros e na escola naquele dia.As vezes eu demorava para começar porque queria ouvir algo no rádio e vovó começava a falar"Fala meninaa, fala com raça que esse é o seu destino", para ela meu destino era ensina a elas aquilo que não puderam aprender,pois nunca foram a escola.um dia eu levei um prato de inhoc para a delegacia.Todos adoraram e vieram a minha casa para ver se mamãe não queria servir comida a todos inclusive aos presos. Como o pagamento seria ótimo ela decidiu fazer.A minha amizade com todos eles só aumentou, mas havia um em especial, filho de italianos que até tentava falar comigo em italiano o,seu nome era  Antonio Fiorine.Ele estava de casamento marcado e quis morar próximo ao serviço.Foi um  festa quando ele e sua esposa, D. Maria mudaram quase de frente a minha casa. Sua esposa se transformou em mais uma filha para minha mãe, que fazia tudo para que o casal vivessem em harmonia.Quando D. Maria ficou grávida, todos nós também ficamos muito felizes.O  nascimento de José Antonio trouxe muitas alegrias a todos e eu passei a viver em função dele como se realmente fosse meu sobrinho,ele ficava mais comigo do que com a mãe. Desde os primeiros dias eu dava banho, vestia,brincava com ele e ficava olhando sua carinha linda quando ele dormia,só o deixava quando ia para a escola.Bem cedo ele aprendeu os números e as primeiras letras,de tanto me  ver estudando,comprovando  que  
a criança aprende o que vê!

17 de fev. de 2011

Como me tornei protetora de animais!


Um ano após mudar na cidade minha saúde teve uma queda. Tive sérios problemas  pulmonares, até estar com um edema, que me obrigou  a ficar acamada por um bom tempo. Daí resultou um desanimo e muita tristeza, Meus pais, minha avó já haviam feito  t.udo para me alegrar, a Clarice trouxe até coquinho.Quando tudo parecia impossível o milagre aconteceu. Estava chovendo muito, mamãe foi acompanhar uma visita até a calçada,protegendo-a com guarda chuva,quando olha para a sarjeta onde escorria muita água e vê nela um cachorrinho lutando contra a correnteza.Mais que depressa mamãe corre socorre-lo. Foi com muita alegria que ela entra no quarto, trazendo o filhotinho todo molhado embrulhado em uma toalha. Imediatamente me apaixonei por ele. Daí para a frente passei a me dedicar a ele  que estava doente, muito fraco. Como a troca de amor beneficia as duas partes,logo eu e o filhote estávamos curados. Comecei a observar que meu destino estava ligado ao dos animais. No sítio tinha a cabrita que quando fiquei doente, me fornecia o leite que ajudou na minha cura; o cão que me seguia protegendo por todos os

 lugares, já na cidade quando me senti só foi um cachorro que me fez companhia. Comecei a ler sobre os cães e quanto mais aprendia mais me apaixonava por eles . Aprendi a entender e reconhecer os latidos e as suas manifestações. Não passou muito tempo e eu passei a ser a menina dos cachorros.Onde eu estava sempre havia cães por perto.Passei a cuidar de cães e gatos de rua.Eu os recolhia das ruas doentes e após alguns dias eu .os arrumava bem bonitos e ia sentar no jardim, ficava brincando, até que alguém se interessasse por ele. Deixava a pessoa brincar bastante com ele e quando percebia que estava realmente interessado ,dizia que ia embora. Se a pessoa estivesse gostado do cão, o pedia. Minha tarefa estava cumprida!



15 de fev. de 2011

O meu ingesso no ginásio foi recebido com alegrias pela minha família!

 Após o término do grupo escolar depois de conviver com as mesmas colegas e professora, chega a hora de testar os conhecimentos numa prova seletiva,para ingressar no ginásio. Depois de muito preparo quando chega o tão temido dia, parece que o coração ia sair pela boca. A prova era realizada no próprio prédio da escola.Fomos agrupados em 4 salas,todas cheias de jovens temerosos mas certo do que queriam, e certos que só 45 poderiam cursar esse ginásio.A prova durou 4 horas, fomos testados em português,matemática,ci ências,história,geografia,e principalmente as melhores notas teriam que fazer uma prova oral, perante uma banca examinadora.Sai de lá confiante, achei a prova bem fácil.Quinze dias depois o resultado foi fixado no mural da escola.Como eu morava bem perto da escola fiquei sabendo do resultado nas primeiras horas. Não poderia ser melhor eu estava em primeiro lugar com mais 3 jovens. Para a minha família foi uma grande alegria Na prova oral tirei 100,eu estava por direito no ginásio.A ansiedade me acompanhou toda aquelas férias! Um novo mundo estava se apresentando para mim, eu iria conviver e aprender com os temidos professores que vinham de Avaré, estaria com colegas desconhecidos,pois poucos de minha cidade haviam passado.Eu estaria convivendo com jovens de: Iaras, Santa Bárbara, Manduri, e até de Avaré. Assim como hoje se prestava o exame em vários lugares e se fazia a matrícula onde era aprovado.Eu estava preparado para o viesse.O tecido da saia e da blusa são comprados e foi com prazer que as costurei.A saia era azul marinho de pregas costuradas até no quadril, um pouco abaixo do joelho,a blusa era branca com botões na frente, no bolso tinha uma listra da cor da saia ,dizendo que eu estava na primeira série do ginásio.O no de 1957 começa e com ele a minha nova vida! O tempo diria que essa nova vida fora de conquistas, aprendizagens,mas principalmente de muitas novidades!

11 de fev. de 2011

Na décata de 50 a escola pública ensinava e a escola particular só promovia!

Na década de 50 quando estudei, as escolas Públicas eram as melhores. Era muito difícil ingressar em uma delas.´Somemte quem realmente queria aprender, frequentava uma delas. Os alunos que frequentavam a escola só pelo diploma iam para as escolas particulares. O ensino era eficiente, professores eram engajados  no propósito de ensinar.Como já disse em outras postagem, o professor era autoridade, dentro e fora da escola. Ele dominava outras línguas e não raro sabiam  o latim e o grego. Dizia-se que para se falar ou escrever o português precisava  conhecer essas línguas mãe. Os professores eram cultos, atualizados em todos os assuntos e muitos prendados tanto que ministravam canto e artes no geral. Tudo era muito difícil. Não havia muitas bibliotecas e como meio de comunicação havia só o rádio,telefone público com uma telefonista que fazia a ligação e se atendia o telefone numa cabine. A telefonista era um cago muito importante, até minha irmã fez curso para ser telefonista. Havia também o telégrafo que ficava na estação do trem e a transmissão por sons era imediata.Bem voltando para o assunto desta postagem,todo aluno que ia mal na escola,os pais transferiam para a escola particular e como por milagre ele acabava se formando. Nas escolas publicas havia  muito entrosamento entre as escolas de cidades diferentes. Como  hoje há entre países,na minha época havia entre cidades. Eu estive em muitas cidades, sendo recebida por pais de alunos do local .Como tenho cara de sírios sempre era escolhida por.famílias sírias ou libanesas. Foi aí que passei a admirar a cozinha dessa terra. Para incentivar a aprendizagem promovia-se maratonas.Os melhores de cada cidade saia para competir em outras cidades ou estados.Numa maratona sobre a história da Grécia fui até a final no Rio de Janeiro , sendo uma das duas vencedoras. Terminado os 4 anos do grupo fazia-se necessário prestar um exame para se conseguir vaga para o ginásio. Só os melhores poderiam cursar o ginásio publico, quem não passasse teria que estudar em escola particular.O Estado pouco investia na escola, tudo era feito pelo próprio diretor  da escola. Se faltava recurso sobrava valor humano! 


8 de fev. de 2011

E,finalmente conheci meu amado Fernando!

Finalmente  a casa da vovó,  na rua Stelio Machado Loureiro foi desocupada e nós mudamos para lá.Era uma casa ampla, com cómodos grandes,um quintal imenso e o principal tinha uma cozinha bem ampla com um fogão de lenha bem lindão.Do lado direito morava  a família Moreira de quem minha família não gostava. Era o pai a mãe e vários filhos.Como minha casa ficava na esquina eles eram os vizinhos mais próximos Evidentemente que não fomos bem recebidos. Sr. João só faltou soltar os cachorros,no dia em que mudamos. A inimizade foi rápida e gratuita.Mas logo no nosso primeiro dia na casa,um menino magro,bem bonito rompeu esse elo de inimizade, chega no murro o escala e vai logo se apresentando:"Eu sou o Fernando,nasci no dia 5/12/1944, sou filho do vizinho,adoro as artes,me arrumar e não tenho nada a ver com minha família,que me detesta,eu quero ser  amigo de vocês!" Foi aí que ele nos conquistou.Por muito tempo ele foi o irmão que eu não tive. A medida que eu me transformava em uma jovem de corpo escultural, Fernando tomava para si a responsabilidade de me proteger,acompanhar e me defender dos conquistadores. Estávamos sempre juntos, ele foi sempre meu confidente e conselheiro.Ele se transformou num moço lindo,se vestia muito bem,seu cabelo estava sempre arrumado.Como estávamos sempre juntos as fofoqueiras de plantão  logo chegaram a conclusão que ou éramos amantes ou ele não era homem..Daí para  ele ser tachado de bichinha foi um passo Ainda hoje homens finos, educados e respeitadores são mal vistos.Fernando foi para mim um verdadeiro cavalheiro, mas entre nós só poderia existir um tipo de amor, o mais sublime de todos:o fraternal. .Nós nascemos para sermos irmãos!

6 de fev. de 2011

E, nata donna ,circondato de tanto amore!

Após completar oito anos comecei a desmaiar.Dr Hermano, o médico foi consultado e após vários exame chegou a uma conclusão:eu me tornaria mulher precocemente. Como o médico era muito amigo dos meus  pais decidiu ajudá-los.Papai e mamãe foram até o consultório e o médico explicou como eles deveriam me orientar para que não chocasse o que estava para acontecer. Tudo deveria ser tratado com naturalidade. Através de imagem ele foi orientando meus pais. O mais difícil foi os dois lerem as figuras pois papai só foi a escola até o segundo ano e mamãe mal falava o português. Foi o amor que os orientou naquela noite em que me explicaram o que ia  acontecer  comigo.Usando o livro que o médico emprestou, eles conseguiram me orientar e me colocar a par das transformações que meu corpo sofreria mamãe começou dizendo"E nata una donna, circundato de tanto amore"(e,nasce uma mulher cercada de muito amor.Papai e mamãe me explicaram que para que se cumprisse os desíguinos da criação ao estar pronta para participar da criação, o pai mandava um sinal sagrado a menina menstruaria..Eles conseguiram com que eu aguardasse a primeira menstruação com um prémio e não como um castigo como toda menina da minha época pensava. O que para elas era um incómodo para mim seria um prémio.Muito eles falaram sobre isso até que aconteceu! Ao acordar no dia 6 de maio de1952, observei que minha calcinha estava suja .Ouvi a voz do meu pai na cozinha  não tive  dúvidas, a tirei e corri contar a novidade.Papai quando me viu chegar,entendeu tudo,correu me abraçar e disse para minha mãe:Hoje a nossa família está em festa não vou trabalhar pois o nascimento de mais uma mulher Fusco Porto tem que ser comemorado como se deve. Naquele dia o almoço foi especial e tomamos um vinho especial. Talves esse seja o motivo pelo qual nunca tive cólicas menstruais,dores horríveis no parto,e quando cheguei a menopausa,não tive nenhum  transtorno.Para mim ser mulher e mãe é uma bênção e não castigo!

4 de fev. de 2011

E, agora com que roupa que eu vou!

Quando chegava o sábado, papai recebia o pagamento pela semana de trabalho, passava no Armazém do sr Alfeu ou do Pavão,comprava o que havia de melhor em alimentos, e algumas novidades sem se esquecer do pedaço de queijo parmesão e a lata de goiabada,em seguida passava na Loja  do Simon onde comprava um corte de tecido para minha irmã e eu,e um par de sapato que combinasse com o tecido comprado, Papai era um homem com alma feminina, com muito bom gosto e percepção. Ele sempre trazia o que havia de  mais moderno e que combinasse com a gente.Eu ficava espreitando sua chegada,e quando percebia que vinha subindo a rua ,corria encontra-lo. Era como se a pessoa mais importante do mundo estivesse chegando.Desde o começo, venho afirmando que meu pai foi e sempre será  a grande luz do meu caminho. Sua grandeza de alma o tornava mais que um homem, um ser único e especial.Por várias vezes ouvi minha irmã reclamando,pois ela gostaria de comprar pessoalmente. Para mim isso era uma prova de amor de papai para conosco.Durante a semana mamãe nos levava a costureira para fazer a roupa nova. eu sempre fui muito exigente,punha defeito em tudo que a costureira fazia.Num certo dia ouvi mamãe combinando em ir a costureira, me animei toda e perguntei a que horas iriámos, mas mamãe disse que ela não mais me levaria, já que punha defeito em tudo, deveria fazer as minhas  roupas.Mais uma vez eu teria que vencer um  obstáculo!Como sempre a as dificuldades só me impulsionão No mesmo dia me tranquei no quarto,imaginei como seria o vestido,  desmanchei um vestido velho, cortei de acordo com o modelo idealizado, costurei, arrematei e naquele sábado fui orgulhosa passear com meu vestido novo. Nunca mais ninguém fez minhas roupas!

No jogo da vida nós só sentamos para jogar,quem embara as cartas é .........

Vovó costumava dizer"Nel gioco della vita che albbiamo appena siduti a giocare, che mescola el mazzo è la destinazione!"(no jogo da vida nós só sentamos para jogar,quem embalhara as cartas é o destino).  Ela acreditava que os acontecimentos de nossas vida independe de nós mas sim da missão que viemos cumprir. Passaremos por tudo que for necessário  para nos preparar para a execusão de nossa missão. Comprovando isso, papai que gozava de uma ótima situação financeira, por insistência de vovó Rubina vende quase que toda as suas terras, e aplica esse dinheiro no banco, para poder trabalhar menos. Esse banco vai à falencia e nos ficamos sem as terras e sem o dinheiro. Não que ficamos pobres,mas com muito menos dinheiro. O restaurante estava indo muito bem,por atender caminhoneiros, servindo comida a qualquer hora, papai recebeu o apelido de Chico Transporte, apelido que o acompanhou pelo resto da vida.Por um bom tempo minha família , se dedicou ao bar e restaurante, mamãe era uma banqueteira muito elogiada,suas festas eram verdadeiros sucessos. Ela passou a preparar as festas mais ricas da cidade e dos arredores. Quando era para italianos cabia a vovó preparar o inhoque, o tiramissù e outros pratos típicos da Itália. Eu como sempre  ficava ao lado da vovó Bárbara,querendo aprender tudo. Logo comecei a preparar as massas com ela, até que ela descobriu que eu havia aprendido tudo que ela fazia. Vovó Bárbara me educou como se estivesse na sua terra. EU era a mais italianas das brasileiras, e o engraçado era que até eu me sentia italiana. Vovó num determinado dia decidiu que apesar dos meus nove anos eu estava pronta para fazer as comidas que ela fazia. Minhas comidas fizeram muito sucesso. Apesar de tudo estar bem,papai não estava feliz.Para um roceiro ficar sem mexer na terra e´um grande sacrifício. Um dia ele decidiu que aquela não era a vida que ele queria. Vendeu tudo e como as suas casas estavam alugadas,mudamos para uma casa pequena e papai foi trabalhar para uma serralheiria tirando madeiras e cascas.Como mamãe tinha feito fama,continuou a fazer comidas. A v\da não estava fácil, mais papai estava muito feliz.

2 de fev. de 2011

Que maravilha, a modernidade chegou!



 


Tendo vendido com um  bom lucro as produções do sítio, papai decidiu fazer uma estravagancia: comprou um moderno aparelho de rádio.Era tão moderno que podia-se melhorar a recepção." Custou o olho da   cara!".Essa foi a expressão que meu pai usou para falar do preço dele. Feita a devida instalação, antena colocada fora de casa, o rádio foi ligado.Você podia selecionar o que queria ouvir, eram as rádios transmissoras. QUE ESPETÁCULO, DE REPENTE MINHA CASA RECEBE A VOZ DE VICENTE CELESTINO! Ele não estava lá mas ouvíamos o que ele dizia e cantava! Ficamos como tontos rodeando o rádio maravilhados. Quanta modernidade! O que mais o homem iria inventar?Logo eu aprendi a comandar essa maravilha! Fiz até uma lista com o nome dos programas e o nome da rádio e horário. Ele tinha ondas curtas. médias e moderada. Era possível sintonisar estações internacionais. Tão logo os vizinhos descobriram a novidade não saíram mais de    minha casa.As jovens e senhoras vinham ouvir as tele novelas, os homens as notícias O rádio se incorpor a rotina da minha família. Antes do trabalho,de madrugada ouvíamos Tonico eTinoco. no Programa do Zé Betio.Para todos nós o rádio foi e ainda é uma grande companhia. Ele consegue distrair ao mesmo tempo que nos insere no mundo.Acredito que mais modernidades que surjam o rádio terá sempre seu papel na comunicação.