30 de abr. de 2012

É dirigindo que realmente se aprende!

Se tive um mestre que me mostrou todo o funcionamento de um carro e me passou toda a técnica de de uma direção responsável,foram as curvas e as estradas estreitas e perigosas de Apiaí que deram a experiência necessária para poder viajar o Brasil todo,indo até o Paraguai,sem colocar em risco minha vida ou de quem me acompanhava!
Eu e meu fusca azul cortamos estradas!Nunca tive medo ou receio de pegar uma estrada desconhecida.Nós formávamos um só ser,suas rodas eram meus pés e seu volante era a minha vontade de conhecer novos lugares!
Quando cheguei em Apiaí acreditei ter chegado ao céu !Em primeiro lugar me enebriei com tanta belezas naturais que nem percebi que as estradas eram perigosas.
Para exercer o magistério eu precisava ir todos os dias a Araçaíba,algumas vezes para  Itapeva e para satisfazer a minha curiosidade de amante da natureza ia ate Itaóca,Iporanga,Guapiara, Capão bonito,Ribeira e toda a região rural de Apiaí.
Realmente se me tornei uma ótima motorista devo a essa região onde o motorista era surpreendido a cada curva por um novo desafio!
Quando mudei de Apiaí já estava pronta para enfrentar toda e qualquer estrada..
Ainda morando em Apiaí andei muito pela Raposo Tavares e mais tarde pela Castelo para ir até Cerqueira César.
Hoje posso dizer que andei por todo o Estado de São Paulo,inclusive chequei a enfrentar o transito da capital, até duas vezes por semana!
Conto os dias em que poderei sentar a frente de um volante novamente!!!!!!!!!!

29 de abr. de 2012

A saga da Habilitação-parte final

Chegando no local do exame o delegado saiu do carro com cara de poucos amigos,e se dignou a me dizer simplesmente que eu deveria aguardar o resultado.Com o marido foi tudo diferente, o fiscal de prova que fez o percurso com ele,não pediu que fizesse nada,voltou rapidamente se limitando a só fazer dois trechos de rua próximos ao local de exame e ao chegar já avisou que ele tinha passado.
Como já estava tarde e eu tinha deixado meu filho com a vó Cinira, decidimos ir embora e quando meu marido viesse pegar a carteira dele ficaríamos sabendo se eu havia passado,apesar que segundo o Ary eu tinha passado e como o delegado não gostava de dar habilitação para mulher e japonês se calou para me castigar por ter feito tudo certo.
Ele dizia que japonês  não enxergava e mulher dirigia com o coração e não com a razão.
Como havia havia sido avisado que deveria voltar dois dias depois para pegar a carteira,meu marido se dirigiu a Delegacia de transito de Avaré e eu o acompanhei.
Chegando lá eu entrei na sala de espera, e qual não foi minha surpresa quando o atendente falou meu nome.Corri pegar o documento e ele então me disse que eu era a única a ter passado  em mais de seis meses.
Minha  maior vingança foi ter minha habilitação  assinado por esse delegado machista enquanto muitos homens foram reprovados.
A partir daí passei a viajar muito com meu filho sempre dirigindo com responsabilidade,respeitando as leis de transito, seguindo tudo que meu mestre Ary havia me ensinado.
Ano depois fiz o psicotécnico, e o exame de motor.Quando mudei para Apiaí, fiz um curso de mecânica em Capão Bonito.
Só deixei de dirigir agora que não ando,mas tão logo faça a operação volto a dirigir novamente,pois eu adoro pegar uma estrada,sentir os pneus rodando pelo asfalto ou terra!!!!!!

28 de abr. de 2012

A saga da habilitação!

A pós  provar que conhecia as leis de transito,seus sinais chega a hora de provar que realmente sabia dirigir,exame marcado lá fui eu provar que sabia dirigir.
Em uma praça de Avaré tudo estava preparado para o exame.Primeiramente fazia-se a prova de estacionamento,só que nessa época não havia auto escola e nem marquinhas no vidro,tinha que ser na raça.
Havia muitos homens e somente 3 mulheres e uma delas era eu.Os fiscais ficavam observando tudo e ao primeiro erro eles pediam para sair do carro que estava reprovado.Se um pneu tocasse a faixa era reprovação certa!
Como meu nome começa com A fui uma das primeiras a fazer o estacionamento,e ,o mais  engraçado que na minha vez o delegado Dr Faraco foi que serviu de fiscal ,observando cada manobra que eu fazia com muita atenção como que procurando um erro.
Em seguida ele deu ordem para eu fosse fazer a garagem.O espaço era minúsculo e as manobras eram muitas,tudo aos olhos atentos  do delegado que não arredou pé .
Saindo dessa prova o meu carrasco deu sinal para eu dirigisse até o local da rampa.Nessa prova não se podia deixar o carro voltar nem um milimetro,na hora em que se saia ou parava.Como eu havia aprendido a dominar a embreagem, não tive problema algum.
Terminada essa prova ele pediu que eu estacionasse.Logo em seguida o delegado trazendo na mão uma prancheta nas mão entrou no carro e disse "agora vamos fazer percurso."
O carro estava estacionado em uma subida e deligado.Eu dei a partida e sai sem voltar nenhum milimetro,e ele marcou na prancheta.
Atravessamos praticamente toda a cidade e ele tentando me atrapalhar.Ao passar por um pontilhão ele pediu para que parasse um pouco que queria dar uma ordem para um policial que passava,mas eu esperta disse que poderia parar após o pontilhão mas nele pois era proibido.Ele deu uma risadinha e escreveu na prancheta.
Quando estávamos quase retornando quando ao passar por um bar bem próxima de uma placa de proibido estacionar ele pediu para que parasse e eu simplesmente procurei um local onde era permitido parar.
Parei e perguntei se ali estava bom ,ele riu e mandou continuar.
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27 de abr. de 2012

Finalmente consigo Habilitação para andar com meu fusca!

Vocês não tem noção como tudo era diferente na minha época!Carros eram raros,em Cerqueira César onde eu morava havia uma família com carro,era os Ferracini,que todos os domingos entraram no carro e passeavam pela cidade toda,as meninas,nossas amigas iam acenando!
Os sitiantes tinham a Aero Wullys que era uma caminhonete.Havia um ou outro carro na cidade,no geral se usava as carroças ou cavalos.Nessa época quase ninguém tinha habilitação,inclusive meu marido,mas todos dirigiam.
Por isso que fiquei feliz quando meu fusca chegou.No outro dia da chegada do carro ,como havia combinado o Ary veio para me dar aula.Fomos para um decampado, onde ele me explicou todas as partes do carro,pois acreditava que precisava conhecer para saber dirigir.Fez questão de explicar o funcionamento do motor.
Ele falava o com tanta convicção e paixão que me animou a aprender tudo que ele queria me ensinar!
Logo no final ele me orientou como dirigir.Lembro até hoje suas palavras de incentivo  de orientação!
Ele dizia não olhe no capô do carro,olhe para frente e no infinito,para andar em linha reta.
Muito bem,você vai indo muito bem.
Por 8 dias tive aula de direção,a parte eu estudava as leis de transito e as placas para prestar exame.Meu marido também prestaria o exame.
Os exames eram feitos em Avaré,pois em minha cidade não tinha delegacia de   transito.
No dia marcado fomos para o exame escrito.Tínhamos que responder perguntas e reconhecer placas de transito.
Naturalmente eu passei e ganhei o direito da prova prática,a ser marcada posteriormente.
O Ary passou a me orientar sobre o exame de baliza,garagem ,declive e exame de rua.Ele disse que eu precisava estar bem pois o delegado era contra mulher dirigir,só aprovava quem fosse muito bem sem erros!
A prova foi marcada e lá fomos nós,com a certeza da vitória!
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25 de abr. de 2012

Finalmente o Fusca azul chegou!

Por um bom tempo, economizando tudo que era possível,juntamos o dinheiro necessário para adquirir meu fusca!Partimos então a procurar o preço menor e quem tinha pronta entrega!
A produção era pequena e raramente havia pronta entrega e, nesse caso era um preço bem maior.
Ficamos sabendo que em Paranapanema,logo na Raposa Tavares ,havia uma agencia que tinha fusca por preço especial,pois trabalhava com venda de carro oriundo de consórcio de firmas.
Meu marido e o Ary(era o homem que melhor sabia dirigir na cidade e conhecia carro como ninguém) saíram de casa logo cedo para tentar encontrar essa agencia.
Meu marido sabia dirigir mas não tinha Habilitação.Eu não sabia dirigir mas Ary havia prometido me dar umas 8 aulas para eu fazer o exame.Ao lado do Posto Tibiriçá ,encontraram a loja e lá tinha um fusca azul diamante,o qual meu marido comprou.
Todo garboso,imponente,luzindo de tão novo ,azul como o céu,foi assim que tive o meu primeiro contacto com ele.Foi paixão mútua a primeira vista.Como o fusca era lindo!
Ao entrar nele se sentia cheiro de carro novo.Seu volante era grande,seu teto era preto com furinhos,seu assoalho era revestido de um emborrachado,tendo tapetes para protege-lo.
Como o Ary prometeu começar minhas aulas no outro dia,eu sentei ao volante e me pus a imaginar dirigindo e indo para todos os lugares!!!!!!!!!!!!!

21 de abr. de 2012

A cultura do roceiro!

Desde o começo deste blogger venho afirmando a vocês que sou uma roceira,alguém que nasceu e viveu por um grande tempo na roça ou seja num  sítio,e não na cidade.Em algumas regiões do Brasil sou uma sertaneja.
Diz se sertão ou  roça, lugar onde se vive da terra.Meus pais e avós eram lavradores que com o suor de seus rostos adquiriram bastante terra para lavrar,e assim se transformaram em fazendeiros, mas conservaram toda a cultura de quando eram simples lavradores que dependiam unicamente  da terra.
Conviveram com escravos libertos alem dos irmãos imigrantes!Tinham uma cultura própria,aberto para a aprendizagem de novos conceitos!
Eram religiosos e tinham convicção de que havia uma força maior que dirigia a vida!
Viviam seguindo os sinais da natureza.Quando chovia iam para a terra semear,quando o sol avermelhava se preparavam para conviver com o frio,protegendo os animais.
Quando  os pássaros saiam em revoada ou os sapos coaxavam se preparavam para a chuva!
De acordo com a direção do vento sabiam o clima.Encontravam água usando uma forquilha de madeira.
Viviam cada dia de uma vez,procurando fazer desse dia o melhor de suas vidas pois sabiam de dele dependia o futuro.Agradeciam pelo dia que amanhecia,pois estavam vivos e prontos para a luta.
Hoje os meus Meladinhos fizeram uma tremenda bagunça rasgando muitos de meus papeis antigos e, ao ir conferir o estrago encontrei um antigo caderno onde na época da escola eu registrava as poesias que tinham algo comigo e entre essas poesias encontrei esta que explica como aprendi a viver:
                                 Saudação ao amanhecer
Concentra-te neste dia que desponta!
Pois ele é a vida,
A própria vida em seu breve curso.
Jazem nelas todas as verdades e realidades de tua existência;
A felicidade de crescer,
A gloria de agir,
O esplendor da beleza;
Pois o dia de ontem é apenas um sonho
E amanhã uma visão,
Mas o dia de hoje, bem vivido,
Torna cada dia passado um sonho de felicidade
E cada manhã uma visão de esperança,
Concentra-te, portanto,neste dia!
Neste dia maravilhoso que desponta.
Foi assim que meus pais sertanejos me ensinam a viver!!!!!!!!!!

20 de abr. de 2012

O Indio é o real dono da terra!

Ontem 19 de abril ,Dia do índio, lembrei-me de minha vagem para a Amazônia,onde pude conhecer uma tribo indígena!
Lembrando deles minha revolta com nossa sociedade é muito grande.Quando se tomou posse do Brasil para Portugal toda esta terra pertencia a esse povo.
Com a chegada do branco,quem perdeu foram só os índios que receberam doenças,imposição de atos sociais que os levou a perder sua inocência,sua terra e sua maneira de viver.
O branco o trata como incapaz,está na nossa Constituição,decidimos qual é sua terra e como deve viver,mas esquecemos que muito aprendemos com eles.
Enquanto trouxemos para eles doenças,eles nos ensinaram o real valor da mãe Natureza!
Para eles tudo que vem da natureza é Sagrado,as suas  manifestações são amadas e respeitadas como o trovão, a água,as pedras,a chuva,o vento.
O índio é explorado pelo branco,que sabendo das suas necessidades o  convence a tirar de maneira ilegal madeira da floresta,se deixássemos viverem suas vidas sem tentar mudá-los isso não aconteceria.
De maneira silenciosa esse amor pela natureza,e o viver livre foi nos influenciando e hoje nos preocupamos muito mais com nosso planeta e com a natureza.
O índio vivia livre ,nu sem falsos pudores e nós conseguimos que eles se vestissem e ficassem em lugares restritos.
Até sua língua quisemos tirar,ensinando o português.Obrigamos a acreditar na nossa religião,quando aquilo que acreditavam era a veneração maior por nosso Deus;o amor por tudo que ele criou!!!!!


19 de abr. de 2012

A última grande viagem de trem-parte final

Cansados da viagem,naquela noite foi só cair na cama e pegar no sono,como disse meu marido "se entregou aos braços de Morfeu"!
No dia seguinte logo após o farto café,meu marido se dirigiu ao local do curso,por lá ficando até as 17 h!Eu e meu filho saímos para passear,visitando os locais que eu conhecia.
Durante toda a semana,enquanto meu marido estava no curso,de manhã eu saia com o Ulisses.Ele brincou em parquinho,correu no parque,ria muito em cada brincadeira.
A tarde ,como o sol era muito quente,ficávamos no hotel,ele brincando com todos,descendo e subindo as escadarias do hotel,sempre tendo um anjo da guarda do lado;ou a copeira ou a dona do hotel,que se apaixonou por ele,ou outro hóspede.Eu aproveitava para ler enquanto espiava as badernas que todos aprontavam com o Ulisses.
Todas as noites ,após o jantar saiamos os três  passar na noite quente de Presidente Prudente.
Na última noite ,no encerramento do curso todos os participantes,com suas esposas foram convidados para 
um jantar.Evidente que nós seríamos os únicos a levar um filho,mas eu não me abalei.
Coloquei um conjunto de short ,camisa  social,meias três quartos e um bonito sapato no Ulisses,vesti um tubinho de decote canoa,adornado com um colar ,cinto e sapato de salto e lá fomos nós.
De imediato chamamos a atenção por trazermos um filho,o que logo foi esquecido pelo belo comportamento dele.Outra coisa que chamou a atenção foi o fato de eu ser uma professora já concursada com minha idade.
Tudo estava indo muito bem,com conversas agradáveis,até que um garçom passou ao lado da nossa mesa para servir a mesa do lado.
O Ulisses se esticou no cadeirão e,zás catou uma folha de alface e levou a boca,eu pedi desculpas,mas o senhor da mesa ao lado pediu que primeiro servissem o reizinho que estava com muita fome.Todos ao redor bateram palmas e nós caímos na risada.
Se esta foi a primeira viagem do Ulisses, para mim foi a última,pois tempos depois passei a viajar no meu fusquinha azul diamante e eu dirigindo!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

18 de abr. de 2012

A última grande viagem de trem!

Meu filho mais  velho, o Ulisses, tinha um pouco mais de um ano,meu marido trabalhava  no então recém nascido Sindicato  Rural de Cerqueira César quando foi convocado para fazer um curso,pelo Sindicato  em Presidente Prudente,a capital da alta Sorocabana,
Ele tinha a passagem de trem,estadia e alimentação gratuita.O então presidente ,e fundador do sindicato ,senhor Manoel Moura Leite,sugeriu que ele nos levasse junto.
Malas prontas e o Ulisses estava pronto para sua primeira viagem de trem .Prevenida como sou,, preparei lanches,frutas e petisco,pois nosso dinheiro estava curto ,não poderíamos pensar em comer no trem .
Bem vestidinho,com seu conjunto safari,o Ulisses não continha sua animação.E, logo as 8h tomamos o trem.
Nossas passagens eram da classe econômica,os bancos eram de madeira ,duros como eles só!
Para meu filho era o céu! De imediato se pôs a andar pelo vagão todo garboso!Quando o trem partiu ele assustou um pouco,mas logo voltou a se animar.
O vagão foi ficando praticamente vazio a medida que se distanciava de nossa cidade e isso foi muito bom,pois assim pude arrumar uma cama no banco de frente ao nosso,com mantas e agasalhos ,para que o Ulisses dormisse .
A viagem foi pouco confortável,mas procurei mostrar o trem todo para meu filho,mostrar por onde passávamos e tenho certeza que para ele foi um grande presente!
Ficamos confinados no trem por 8 horas,quando então chegamos em Presidente Prudente,uma cidade de porte grande que eu já visitara outras vezes com meus pais.
Os olhinhos de meu filho brilham de contentamento ao ver tantos carros,pessoas andando apressadas.
Fomos de imediato para o Hotel,onde tínhamos vagas já reservada.A dona do hotel nos recebeu,logo ofereceu um lanche e alimento para meu Ulisses,que de imediato conquistou a todos pala sua beleza e esperteza.
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16 de abr. de 2012

O trem elétrico

 Após  a maria Fumaça ainda tivemos o trem elétrico e o trem a diesel!Eu andei bastante no trem elétrico.
Para que ele pudesse ser implantado foi instalado em toda a malha férrea cabos elétricos aos quais o trem se ligava.Eram trens bonitos e com mais conforto.
Falando em trem você sabia que as maioria das cidades nasceram  graças a chegada do trem no local/?
Por exemplo Avaré, Cerqueira César que nasceu da necessidade de se ter um local para pernoitar.As mercadorias eram trazidas  para o embarque e enquanto aguardavam as pessoas montavam parada.E, assim ao redor da estação foi se formando as cidades.
O trem era de uma importância tal, que por muito tempo a chegada do trem das 20 horas se tornou point para todos .As moças e rapazes colocavam sua melhor roupa e iam esperar o trem na plataforma.
Paquerava-se com as pessoas que estavam no trem,conheço casais que até hoje estão juntos e se conheceram assim.
Eu aproveitava para ganhar dinheiro vendendo aos viajantes doce de leite e requeijão de corte.Muitas dessas mercadorias eram feitas por dona Olga Moura Leite, que mais tarde deu origem a Fabrica de doces de leite Avaré,que nasceu em Cerqueira César com a família Moura Leite ,que ainda é uma família tradicional na cidade.Os prédios das estações  eram tão lindos que se transformaram em local cultural após a desativação  da linha férrea.
Em Cerqueira César abriga a casa do artesão e uma sala de informática com uso gratuíto de computadores pela comunidade.Em Valinhos é o museu Haroldo Pazinatto,um amigo fotógrafo valinhense com o qual tive a honrar de conviver e de desfrutar de sua preciosa amizade!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

14 de abr. de 2012

Como era bom viajar!

A viagem de trem era uma maravilha!Podíamos  ir vendo lugares lindos!Víamos cascatas lindas,cenários ,matas, muitas pessoas aglomeradas esperando a chegada do trem!
O trem era formado pelos vagões puxados pela máquina que era onde ficava a caldeira que era mantida pela queima de madeira.Quem alimentava a caldeira era chamado foguista e oque "dirigia " o trem era o maquinista.
A família Morette,parentes direto  do vô José(eram filhos de sua irmã)eram todos funcionários da Ferrovia,trabalhando com chefe de trem ou de estação e eu usando esse parentesco cheguei até a conhecer o funcionamento da caldeira.Na maquina o calor era infernal e enquanto o foguista alimentava a caldeira,o maquinista cuidava para que a temperatura mantivesse em determinado grau, pois caso contrário poderia explodir.Meus parentes haviam estudado muito para ocupar esse cargo.
Os vagões eram separado uns dos outros por uma espécie de varandinha e dela a gente podia ver os trilhos e as rodas encaixadas neles se movimentando.Havia  porta fechando o vagão nas duas extremidades ,que o mantinha em ligação com os outros vagões.
Em cada estação que a gente parava,enquanto os passageiros entravam , na plataforma as pessoas chegavam até as janelas oferecendo doces,requeijão ,biscoitos e em cada estacão havia uma caixa d'água ,onde se abastecia a caldeira.
Já nas ultimas viagens que fizemos vovó Bárbara ,por estar bem velhinha ,viajou  de carro leito.
Era um vagão com várias cabines nas quais havia uma espécie de beliche onde as pessoas dormiam. Eu não quis dormir lá,achei menos divertido que dormir nos bancos.
Até hoje parece que ouço o apito do trem quando se aproximava das cidades,o puiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii ecoava como uma música e o chique chique ,barulho feito pelo trem fazia parte dessa música.
Que pena que esse seja um transporte tão barato e de difícil desvio ,o que o torna inviável para administradores corruptos !!!!!!!!!!!!!!!!!!

13 de abr. de 2012

Que saudades da Maria-Fumaça!

Antigamente os componentes de uma família estavam sempre se visitando,e assim pelo menos duas vezes no ano minha família saia para viajar, para rever os parentes que moravam em outras cidades ou estado.
As minhas tias e tios de Avaré víamos constantemente,mas as de Botucatu ou Chavantes ou no estado do Paraná,víamos só após a colheita(Até 3 vezes por ano).Recebíamos sempre a visita deles todos,em época diferente.
Eu gostava mesmo era de ir para Botucatu,Chavantes ou para o Paraná.Sabe porque?É que eu ia de Maria -Fumaça!
Nós só viajávamos de primeira classe que tinha os bancos almofadados,na segunda classe os bancos eram de madeira, duros desconfortável e não poderiam ir ao vagão restaurante,tinham que comer no próprio banco.
Toda hora passava alguém vendendo alguma coisa tais como doces,frutas ou petiscos .Eu me deliciava,pois quando meu pai não comprava vovó o fazia.
Após cada estação o chefe do trem passava ticando as passagens,com um objeto que parecia um grampeador.Quem já tinha a passagem ticada pois já estava a tempo no trem tinha que exibi-las.
Durante a viajem para o Paraná,que demorava muito eu corria o trem todo,mexendo com todos!
O mais engraçado era que a gente ficava olhando os locais ,as matas,os animais e tínhamos a sensação que estávamos parados,as coisas é que estavam se movendo!
Na hora das refeiçoes, nos dirigíamos para o vagão restaurante.Havia mesinhas fixas no piso e bancos também.A mesa tinha uma toalha  bonita  combinando com os panos de mão.
Enquanto comíamos íamos observando o cenário que ia se desenrolando diante de diante de nossos olhos!!!!!!
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12 de abr. de 2012

Há 65 anos atrás........

Como coloquei no meu perfil vivo intensamente cada momento da minha vida,talvez por isso lembro tão claramente ao falar das coisas do passado,chegando mesmo a sentir as sensações da época.
Isso aconteceu enquanto eu escrevia sobre o colchão de palha,senti o cheirinho da palha,ouvi seu ruído peculiar e sua sensação de maciez.
Revi as vezes em que mamãe tinha pressa em passar roupa e ao agitar bruscamente o ferro de brasas uma fagulha saia e queimava ,fazendo um buraquinho na roupa.
Lembrei-me da fumaça preta que saia da lamparina e do seu cheiro!Vi claramente a festa que fizemos quando da chegada dos lampiões a querosene!Ficávamos livre do cheiro e da fumaça da lamparina e havia ainda uma outra novidade,ele poderia ser pendurado na sala,sua luz aumentada e nós passamos a conversar mais no claro.
Vovó Bárbara que não perdia uma oportunidade foi logo dizendo que essas modernidades eram inimigas dos velhos pois com mais claridade podia-se ver melhor as rugas dos rostos.Todos caiam na risada!
Com a vinda dos lampiões as casas passaram a ter ganchos onde os lampiões eram pendurados.
O que eu achei mais interessante era que a luz do lampião podia ser aumentada ou diminuída ,ficando só um fiozinho de luz!
Bem mais tarde chegaram os lampiões a gás, que no começo foi tido como um perigo para as casas,mas aos poucos foi conquistando a todos chegando a iluminar até ruas!!!!!!!!!!!!!!


11 de abr. de 2012

As dificuldades de uma menina diferente!

Criada até os 8 anos livre,fazendo o que queria,correndo por plantações,matas e rios,tendo por companhia os animais e um negrinho frágil que topava todas as minhas aventuras,ao mudar para a cidade enfrentei muitos problemas.
O espaço era pequeno,os meninos esquisitos,tratavam as meninas como inferiores.O maior espaço que eu possuía era a chácara,onde eu ia todas os dias.
Minha casa ficava entre uma farmácia e um alfaiate,que também era juiz de paz.Logo fiz amizade com seus filhos: a Aurora e seu irmão.
Os sobrinhos do farmacêutico vieram passar uma temporada em sua casa e aí tudo mudou.Os meninos eram como eu ,e passamos a brincar nas árvores  do quintal. Até a Aurora entrou na nossa!Era uma bagunça só!
O mais interessante é que eles falavam o português e eu só falava o italiano.Nos entediamos perfeitamente!
Escalávamos as arvores,nos balançávamos em seus galhos como verdadeiros macacos.
Os amigos dessa época eram o Orlando(que anos depois o reencontrei médico pediatra)o Jacó,a Aurora,o Mario e um outro menino que não lembro o nome.
A tia dos meninos levava lanche para a gente comer em cima das arvores.Foi uma fase muito divertida.
Na escola eu era um acidente pois não falava uma só palavra do português, até que uma alma caridosa resolveu me ensinar o português.Esse anjo era negra com o ébano,mas tinha os mais belos sentimentos que já vi.Essa belezura  ainda hoje é minha amiga,minha irmã de coração: Maria Clarice Francisco.
Somos amigas a quase 60 anos e mesmo distante estamos sempre em contacto.Para meus filhos ele é a tia Clarice que eles tanto amam,para meus netos ela é a tia avó numero1.
Acho que eu e Clarice nos demos bem desde o primeiro instante porque ela também era um bichinho perdida na cidade!!!!!!!!!!!!

10 de abr. de 2012

Reminescência!


Olhando para o passado ,lembranças de objetos que se usava na época,que hoje só se vê em museu,me faz reconhecer que vivo a muuuuito tempo!
Imagine só que eu dormia em um colchão cheio de palha!Costurava-se um tecido do tamanho da cama deixando um só buraco por onde era introduzido as palhas rasgadas.Todos os dias as palhas eram remexidas para afofar o colchão!Como no geral as crianças faziam xixi na cama,os berços tinham vários colchões,enquanto um era lavado outro era colocado no lugar!
A minha cama hoje é uma raridade:cama patente.Era uma cama com molas,chamada PATENTE.

Para se clarear a casa a noite usava-se a lamparina que era um vidro cheio de querosene com um pavio que tinha uma parte imersa no querosene e outra que ficava fora era acessa.
Muitos anos depois apareceu o lampião de gás,que só de mais posse possuíam.
Uma outra coisa que vi como uma grande descoberta era o ferro para passar roupa .Era o que tinha de mais moderno um ferro que era cheio de braças.Aguardava  que o ferro aquecesse e então as roupas eram passadas.
Nossa comida era feita num fogão construído com barro .Tinha  uma taipa onde as pessoas se sentavam para se aquecer nos dias de  muito frio.
Todos esses objetos hoje são considerados antiguidades,mas para mim são objetos que fizeram parte da minha vida!!!!!!!!

7 de abr. de 2012

Lembranças da infância!

Voltando ao passado ,após a partida de meu irmão para além vida,tudo mudou em minha casa.Eu quase nunca via minha mãe,todos se esforçavam para me tirar de casa.
Papai me levava em qualquer lugar que ele ia,eu o acompanhava até na venda dos doces.
Eu achava uma delicia andar de lá para cá!
Quando meu pai ia levar os doces,na volta nós passávamos no armazém
e papai alem de pirulito me comprava uma lata do doce da moça.Era o leite condensado que tinha a figura de uma moça estampada na lata.
Chegando em casa ele fazia dois furinhos na lata e eu chupava aquele doce saborosíssimo.
Eu me divertia  bastante quando papai ia ver toras,para transformar em tábuas.

Na minha inocência eu não entendia o que estava acontecendo,minha mãe não fazia as tarefas de casa cantando como sempre fazia.Tudo era feito  pela vovó Bárbara ou pela Natália.
Nunca mais vi minha mãe ,antes do sol nascer, ir comandar a retirada do leite,nem organizando sua distribuidão.
Minha mãe não cuidava mais de mim,isso eu entendi,mas o porque só soube quando cresci mais.
Par mim essa fase muito positiva pois aprendi a me virar sozinha e a andar livremente por todos os lugares.
Eu não era mais o centro da minha casa,algo que eu não sabia o que era se tornara muito importante para todos.
Como eu era esperta logo percebi que algo não ia bem com mãe!Cada vez que eu a via ela estava chorando.estava magra,descuidada,sem roupa bonita.
Por um bom tempo mamãe se fez ausente ,até que um dia ,quando eu levantei ela estava servindo a primeira refeição para todos.Aos poucos ela foi reassumindo sua família.
Uma coisa havia mudado minha mãe estava sempre descalça ,sem se arrumar,triste e de pouca conversa.
Foi necessário eu crescer mais para entender todo o drama que cercou nossa família : mamãe não suportando a dor da partida do meu irmão" perdeu a razão"
Foi o amor de meu pai,da sua mãe que a trouxe de volta a vida!
Hoje que sou mãe, entendo tudo que ela passou e em minhas orações agradeço por ela ter nos amado tanto,chegando a loucura por perder um de nós!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!