Como já contei eu e minha irmã negra(Maria Clarice) éramos ótimas amazonas.Quase todos os dias andávamos a cavalo,e hoje vendo a beleza da lua cheia com sua luz escondidas pelas luzes que o homem fez,lembrei-me de um acontecimento que gostaria de dividir com vocês.
Corria o ano de 1955 e nós já cientes de nossa competência com cavalo, decidimos fazer um passeio mais longo.
Logo cedo fomos buscar os cavalos,nos aprontamos e sem falar com ninguém partimos para nosso passeio.Seguimos pelas estradas sem se preocupar para onde ir.Não passamos por Avaré como era nosso costume,contornamos a cidade por fora.
Na hora da sede parávamos nos riachos bebíamos e deixávamos os cavalos pastarem,beber agua e descansar, quando dava fome colhíamos frutos nas estradas.Andamos até chegar em Itatinga e daí decidimos voltar
A nossa volta era guiada pela luz da lua cheia.Naquela época a lua era a rainha das noites,sua luz era pura e caia sobre a terra como bênção,prateando tudo,era possível andar só com a luz da lua.
O que nós não calculávamos é que já era muito tarde da noite e ao chegar em casa encontramos mamãe em prantos,vovó nervosíssima e papai quase perdendo os cabelos,por nossa causa.
Mamãe deu comida,mandou tomarmos banho e só então derramou sobre nós sua fúria.
Começou dizendo que nosso comportamento não foi de gente,pois o ser humano é um ser social,todas as suas ações reflete nos outros ,fomos egoístas só pensamos em nós e eles sem notícias estavam desesperados.
Ganhamos uma cintada,que na minha pele branquinha deixou um vergão horrível.
No resto da noite,refletimos sobre nosso ato impensado,acalentada pela dor da cintada e pelo remorso de ter causado tanta dor em quem nós amávamos muito.
Foi nesse dia que eu e Clarice,viramos gente e deixamos de ser dois bichinho livres!!!!!!!!!!!!!
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