18 de jul. de 2011

Ele fazia questão que eu usasse sua caneta de ouro!


Logo que mudamos na rua Stélio Machado Loureiro em Cerqueira César,conhecemos o Firmino Neves que morava do outro lado da rua XV de Novembro,o que nos separava era só a rua.Desde o primeiro momento ele ficou impressionado com minha inteligencia,ele costumava dizer que se  fosse  minha   filha dele ele mandaria estudar fora,ao que meu pai respondia que gente inteligente não precisa da melhor escola, aprende até sozinho.
Seu Firmino era um fazendeiro que ganhou muito dinheiro e agora vivia de emprestar dinheiro aos outros, o que hoje chamamos de agiota.
Não era raro ele pedir que eu o ajudasse nos seus cálculos.Naquela época ele emprestou dinheiro a um alemão,que procurava voltar a sua terra, que em troca lhe entregou uma caneta sheaffer de ouro.Era um objeto de arte com pena também de ouro,e trazia uma inovação na maneira de colocar tinta.
Meus olhos se iluminaram quando o rico estojo foi aberto Era a coisa mais linda que eu já havia visto,dava até medo de por a mão,mas ele imediatamente ordenou que eu a pegasse e a experimentasse.
Ela escrevia macio,escorrendo pelo papel e saia só a tinta necessário, não sujava  os dedos como as outras,fiquei maravilhada.
Qual não foi minha surpresa quando ele afirmou:Essa caneta só era usada por você,ela é um tributo a sua inteligencia,menina.
Como era uma jóia eu a usava para fazer provas e  deixava todos de boca aberta pela sua riqueza
No primeiro dia que eu fui fazer prova a levei e Dona Maria do Carmo, a professora de matemática,mandou chamá-lo para verificar se eu falava a verdade.se eu realmente tinha autorização para usar uma jóia tão cara.
A partir dessa época quando eu tinha prova ele me entregava a caneta,a ultima vez que eu a usei, foi no Concurso de Ingresso do Magistério.
Com a sua morte não sei o que foi feito dela,mas uma coisa eu sei curti muito essa caneta,ainda hoje tenho receitas que escrevi com ela!!!!!!!!!!

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