Criada até os 8 anos livre,fazendo o que queria,correndo por plantações,matas e rios,tendo por companhia os animais e um negrinho frágil que topava todas as minhas aventuras,ao mudar para a cidade enfrentei muitos problemas.
O espaço era pequeno,os meninos esquisitos,tratavam as meninas como inferiores.O maior espaço que eu possuía era a chácara,onde eu ia todas os dias.
Minha casa ficava entre uma farmácia e um alfaiate,que também era juiz de paz.Logo fiz amizade com seus filhos: a Aurora e seu irmão.
Os sobrinhos do farmacêutico vieram passar uma temporada em sua casa e aí tudo mudou.Os meninos eram como eu ,e passamos a brincar nas árvores do quintal. Até a Aurora entrou na nossa!Era uma bagunça só!
O mais interessante é que eles falavam o português e eu só falava o italiano.Nos entediamos perfeitamente!
Escalávamos as arvores,nos balançávamos em seus galhos como verdadeiros macacos.
Os amigos dessa época eram o Orlando(que anos depois o reencontrei médico pediatra)o Jacó,a Aurora,o Mario e um outro menino que não lembro o nome.
A tia dos meninos levava lanche para a gente comer em cima das arvores.Foi uma fase muito divertida.
Na escola eu era um acidente pois não falava uma só palavra do português, até que uma alma caridosa resolveu me ensinar o português.Esse anjo era negra com o ébano,mas tinha os mais belos sentimentos que já vi.Essa belezura ainda hoje é minha amiga,minha irmã de coração: Maria Clarice Francisco.
Somos amigas a quase 60 anos e mesmo distante estamos sempre em contacto.Para meus filhos ele é a tia Clarice que eles tanto amam,para meus netos ela é a tia avó numero1.
Acho que eu e Clarice nos demos bem desde o primeiro instante porque ela também era um bichinho perdida na cidade!!!!!!!!!!!!
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