Hoje, após tudo que estudei, agradeço a meus pais que mesmo sabendo que eu possuía a saúde frágil permitiram que eu levasse uma vida normal.
Sei que muitos problemas de saúde eu superei, porque criei resistência, por ter sido criada livre e isso é o que agradeço de joelhos a quem além de me dar a vida souberam me manter viva apesar de tudo.
Sempre fui uma menina sem modos, como dizia vó Rubina. Na verdade eu era uma selvagem no corpo de menina. Vivia subindo nas árvores ou pulando dos barrancos, mas um dia me dei muito mal.
Entre os pés de mangas de vovô e a estrada, havia um enorme barranco e entre ele e as mangueiras havia uma cerca de arame farpado. Andando entre as mangueiras havia muitos porcos, que para mim eram amiguinhos a mais.
Certo dia escolhi a maior mangueira para subir. Quando começava a brincar esquecia de tudo, eu levava o corpo e alma para uma outra dimensão: o brinca que brinca, eu pulei em um galho menos resistente, eh bumba... lá fui pro chão.
Cai sobre um porco grande, que apavorado sai correndo, tentando fugir para a estrada. Para isso ele tinha que passar pela cerca. Quando eu cai enlacei o porco com meus braços. Ao passar pela cerca tive minhas costas e cabeça toda arranhada, e ao cair na estrada estava toda sanguentada.
Fui levada ao médico, levei muitos pontos e por um bom tempo fiquei de molho deitada de bruços e até hoje trago marcas nas costas e vocês acham que eu mudei?
A minha mudança durou só o tempo de estar curada, logo voltei a ser a mesma de sempre.
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