Tenho falado muito sobre minha avó materna, e nada dos meus outros avós, os paternos, é que sempre me liguei mais nela o que não quer dizer que os outros não foram importantes na minha educação. Até fisicamente sou parecida com eles. Hoje lembrei-me de um fato que se repetiu muitas vezes, enquanto morei no sítio.
Herdei do avó José o gosto pela cana caiana e por figo da índia. Alias todos os figos que maduravam eram devorados por nós dois, o resto da família não gostava. Ele mantinha com muito carinho uma plantação de figo da índia e uma belíssima plantação de cana caiana no lado direito de sua casa. Como a casa fora construída num terreno em declive, os quartos ficavam no alto e em baixo era um deposito de ferramentas. Sempre depois do meio dia ele tirava um cochilo, e nessa hora eu aproveitava para me apoderar de umas canas suculentas.
Como vocês sabem para colher a cana temos que cortar e, nessa hora ele acordava, começava a xingar e como tinha uma ferida na sola do pé, demorava para sair da cama. Eu como sabia de tudo isso me aproveitava da situação e corria para casa afim de me deliciar com as canas.
Eu tenho a impressão que tudo isso era uma grande encenação dele, pois meus pais nunca me corrigiram. Acredito que meus pais nunca foram comunicados sobre isso. Meu avô José sempre foi para mim uma caixinha de surpresa, mais tarde conto!
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