Chegava da Itália pelo menos duas cartas por mês. Era sempre minha irmã que lia, e eu ficava atrás dela procurando entender os desenhos das letras.
Para mim esse era um mundo desconhecido, como aqueles desenhos podiam dizer tanto! Comecei a observar que cada vez que lia meu nome era sempre igual o desenho, cheguei a conclusão que meu nome se escrevia dessa maneira.
Resolvi arriscar, copiei o nome, depois de muito treino, e pedi para meu tio ler, e tudo se confirmou. Eu havia descoberto como escrever meu nome. Dai para frente todo lugar era bom para eu escreve-lo. Todas as porteiras do sítio, foram marcadas com meu nome. Mas não sosseguei ai, não.
Fui copiando outras palavras, até após algum tempo eu estava lendo e escrevendo, mas em italiano.
Quando meus parentes da Itália souberam, ficaram maravilhados e me mandaram um quadro de Santo Antônio de Pádua para me proteger. Enquanto papai foi vivo ele o guardou para mim, mas quando ele faleceu não sei onde ele foi parar.
Essa vontade de aprender me acompanha até hoje.
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