1 de ago. de 2012

Do luxo ao abandono

Na mesma época em que mudei para Cerqueira César,na rua paralela a linha do trem mudou um casalzinho,vindo do Rio de Janeiro.
Logo se tornaram muito comentados na cidade por terem um cachorrinho da raça pinscher,criado como filho.
Sempre que saiam a rua traziam o cachorrinho em um carrinho,devidamente vestido,até com sapatos.
A empregada da casa contou que ele tinha até um quarto só para ele,devidamente mobiliado.
Apesar de ser um cachorro era tratado como se fosse gente.

Quis o destino que a moça engravidasse e na animação da chegada do primeiro filho,o cãozinho foi descartado.
Certo dia, ao chegar no serviço a empregada encontrou o cãozinho fechado do lado de fora da casa,na calçada.Quando a moça veio abrir a porta pediu que não permitisse que entrasse,pois o médico havia dito que poderia trazer doenças para ela e o bebe.
Aquele serzinho que fora criado como gente ,nem sabia que era cachorro,e muito menos tinha condições de sobrevivência na rua.Ele não fora preparado para isso.
Por um bom tempo ele ficou chorando no portão sem entender o que acontecera.
Foi ficando magro,doente e principalmente muito triste.Uma amiga,vizinha da casa,vendo o sofrimento do bichinho,o levou até minha casa.
O estado de saúde do animal era deplorável,estava muito magro,aparecendo todas as costelas,estava anêmico,com feridas por todo o corpo,como se tivesse sido mordido por outro cão.
Com a ajuda da Herondina,quem o trouxera,ele foi banhado,cuidado,alimentado e por sugestão dela  o chamamos de SEKITO, pois estava muito magro e a grafia era para lembrar sua origem refinada.
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