Eu esqueci de contar que Natália era uma empregada que pegava toda criança, que por lá nascia, daí a confiança de Regina.
Tão logo chegaram em Avaré, se dirigiram ao consultório do médico. Após o exame Dr Paulo, fica muito bravo com Francisco, ele sem saber o porque, alega que nada fez e que tem cuidado da esposa segundo a orientação recebida dele.
Como observou a preocupação do casal foi logo dizendo que mais uns quatro ou cinco meses tudo se resolveria.
Quando falou que Regina estava grávida, Francisco afirmou "Só se for do doutor, pois eu segui seus ensinamentos ao pé da letra". Difícil foi, fazê-lo entender que tudo pode falhar. Tudo terminou com grandes gargalhadas.
Como seria uma gravidez de risco ficou combinado, duas visitas ao médico por mês. Foram embora temendo o que poderia acontecer, confiantes no poder do Pai.
O resto da gestação foi normal. Como em uma ida ao médico este avisou que não chegaria ao Natal. Toda manhã passavam para vê-la.
O dia 24/12/1944, chegou! Regina atarefada com os preparativos da data, nem notou que seu corpo mudará, só se deu conta quando as contrações começaram.
A noite já passando mal procuram pelo médico, mas este havia viajado e encarregado Manuela, parteira formada de cuidar do caso. Naquela época tudo era difícil, entre procurar o médico e achar a parteira, se passaram quase 12 horas.
Na madrugada, quando chegam, Regina já não poderia ser removida ao hospital, ela corria risco de morte. O Natal acabou para todos: familiares, vizinhos e empregados se dirigem a capela e lá permanecem em oração.
Na casa chorando estava Francisco, os filhos, seus pais e Bárbara.
Rubina e Bárbara acompanham Manuela ao quarto, onde permanecem. Os outros ficam na sala com exceção das crianças que dormiam. O sol já havia raiado, quando Manuela abre a porta e diz "Francisco só posso salvar um, sua esposa ou seu filho, faça a escolha!". Ela nem termina de falar e ele berra "salve minha esposa, meu filho não me interessa".
A partir daí, nada mais ficam sabendo, até que passado das 11h30, Rubina sai animada, nascera de forceps uma menina enorme, que ainda não estava totalmente salva, mas Regina estava viva e se recuperando.
De tão grande, a menina foi embrulhada em um paletó do pai e colocada ao lado da mãe. Todos permaneceram em seus lugares, rezando pela vida das duas.
Antes das 17h00, Rubina entra no quarto e Regina pede que olhe a menina, pois ela estava fazendo um barulho esquisito. Ela pega a menina vira de cabeça para baixo e bate no seu bumbum. Imediatamente começa a soltar bolas de sangue e começa a chorar.
Todos correm ouvindo o choro forte do bebê. Nessa hora com as duas vivas, começa o Natal de 1944.
Foi a festa mais linda que já tinha acontecido no Campo Redondo!
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