28 de fev. de 2013

A lingua

Por várias vezes vovô nos contou esta história,talvez por que foi o que mais marcou sua infância!
Ele morava com sua família, em uma vila,onde as casas eram bem próximas e todas parecidas.
Essas casas eram do patrão de seu pai,mas ele era enérgico e não permitia brigas entre os vizinhos e nem que qualquer empregado seu se envolvesse com a polícia!
Cada família evitava presenciar qualquer desavença de outro vizinho!
Em uma tarde de sábado,uma vizinha saiu correndo de sua casa pedindo socorro,pois seu marido queria matá-la.Em seguida aparece o marido com um machado na mão ,ameaçando a mulher.
Todos se fecharam em suas casas para não se envolverem,mas vovô ,com um pouco mais de 8 anos,ficou expiando por uma fresta.
Ouvi-se um grito e palavrões e em seguida um pedido de socorro por parte da mulher.
Ninguém saiu da casa,mas passado um tempo um soldado bateu na  casa de meus bisavós querendo saber se tinham visto alguma coisa da briga do casal.
Meu avô mais que depressa foi contando que viu o homem dar uma machadada na entre pernas da mulheres
Imediatamente minha bisavó o puxou para dentro e meu bisavô foi explicar ao soldado que ninguém da casa havia visto nada ,pois estavam merendando quando tudo aconteceu.
Tão logo o soldado saiu minha bisavó pegou meu avô ,abriu a boca,esticou a língua sobre a mesa e a furou com agulha, dizendo que era para ele aprender que" em briga de marido e mulher ninguém mete a colher!"!!!

25 de fev. de 2013

A paineira

Isso era sagrado,quando a chuva não vinha e o sol começava a se por vovô José sentava com uma cesta de frutas debaixo da velha paineira e os netos aos poucos iam chegando.
Vinha até mesmo os filhos do meu tio Mingo,com quem estava brigado.
Tratava a todos da mesma maneira,até aqueles que já falavam o português.
Ele trazia na mão um canivete e ia repartindo as frutas com todos,menos o figo da índia que só eu e ele gostávamos,enquanto ia falando da sua amada Itália!
Não sei se suas histórias eram verídicas, mas seu amor por sua terra era real!
Vovô tinha uma ferida no pé e andava muito pouco,então estar lá conosco para ele era um grande sacrifício,mas ele o fazia com prazer!
 Meus primos não entendiam por que ele e eu adorávamos figo da índia,e ele respondia que só eu tinha a alma igual a dele!
Na época eu nada entendia mas hoje,vendo meu filho mais velho sei exatamente o que ele queria dizer!
Vovô era de uma seita esotérica e acreditava piamente que nosso destino nos pertence,mas que de algumas coisas não podemos fugir,pois são para o nosso bem!
Ele contava do lugar onde viveu,ao lado de seu pai Francisco e de sua mãe!
Contava ele que seu pai trabalhava para um dono de terra e logo ao nascer do sol todos iam para lavrar a terra.
Segundo ele ,lá havia pouca terra e eles aproveitavam cada pedacinho dela.
Ele e suas irmãs obedeciam cegamente aos seus pais e que se não o fizessem eram castigados.

Lembro do dia em que ele contou por que teve sua lingua furada por agulha, pela minha bisavó.................

23 de fev. de 2013

Negão

Já contei para vocês a história do meu cachorro Pelé que viveu 23 anos ao meu lado.
Quando eu mudei para Cerqueira César ele já tinha 18 anos mas por um bom tempo, conseguiu pular o portão que tinha 3 m de altura.
De frente a minha casa morava a Iracema,uma senhora sofrida que vivia  sem renda,e sofrendo maus tratos de um filho ,já adulto mais corroído pelo vicio da bebida.
Quando chegava bêbado agredia a mãe, quebrava o que aparecia na sua frente.Quando isso acontecia ela gritava e eu corria socorre_la.
O bom é que ele me respeitava e eu conseguia fazer ele ir deitar e dormir
No outro dia ,sem a bebida,ele era uma ótima pessoa,muito inteligente e participativo.
O Pelé gostava muito deles e quando passou a conseguir sair,mas não pular o portão para entrar,ele achou uma solução:corria pedir ajuda para a Iracema ou seu filho que vinham abrir o portão para ele entrar.
Em uma noite, eu já estava preocupada pois ia dar 22h e ele não voltava.
Andei ao redor da casa mais não o achei.Fiquei no portão ,esperando seu retorno,foi quando ouvi os gritos de Iracema.
Saí correndo socorre-la achando que era outra bebedeira de seu filho.
Entrei apavorada e ela estava deitada chorando, dizendo que um Negão ,enorme tinha entrado na sua casa e  ameaçado com algo cortante e me mostrou o arranhado no seu braço ,que sangrava..
A acalmei e fui  ver se tinha vestígio desse homem.Olhei por tudo e qual minha surpresa ao dar com o Pelé deitado no sofá dela.

Tudo estava explicado.O Pelé querendo voltar para casa foi acordar a Iracema  , que dormia e ,como ela não acordava ele a tocou com suas patas,mas ao acordar,Iracema se machucou nas unhas dele!!!!!!!

22 de fev. de 2013

Mafalda- mais um mico

Como já cansei de lhes contar, meus cães tem nome de gente ,por sugestão de papai pois eu costumava, e ainda o faço,conversar muito com eles.Segundo papai assim eu não corria o risco de ser chamada de doida.
Quando mudei para Valinhos, logo nos primeiros dias paguei um mico tremendo.
Naquela época o Santo Antonio não era o bairro populoso e chic de hoje.As ruas não estavam todas asfaltadas,havia muitos terrenos baldios e a Avenida Joaquim Alves Correia não estava concluída.
Havia um mercadinho construído  onde seria a avenida.Os donos eram pessoas boníssimos.
Eu tinha uma cachorrinha  fujona, chamada Mafalda.Por mais que tomássemos cuidado ela conseguia escapar,e como era nova no local, não saberia voltar e por isso cada vez que ela escapava, nós corríamos atrás dela.
Certo dia eu cheguei com compras e a safada se aproveitou para fugir.
Como já estava começando a escurecer,me apavorei.Saí como doida gritando seu nome.
Andei ao redor de minha casa,e nada.Fui mais distante,2 quarteirão.
Eu andava e a chamava:Mafalda!Mafalda!...............................

Eis que numa esquina surge uma senhora, e rapidamente se dirige a mim dizendo :Pois ,não!
Era a esposa do dono do mercadinho e seu nome era Mafalda!
A safadinha eu encontrei logo em seguida, mas o mico ,e a vergonha que passei nunca mais esqueci

20 de fev. de 2013

Política

Fui criada convivendo com políticos de renome,pois papai era filiado em um partido político. Naquela época entrava-se em um partido por idealismo.
Para ser filiado a um partido era algo muito difícil,pois não se trocava de partido conforme a conveniencia.
Havia os diretórios  municipais,estaduais e federais que teriam de aprovar a inscrição.
Nessa época se votava no partido e não nas pessoas.O partido tinha seus ideais e cada candidato o seguia a risca.
O mais engraçado era que os políticos só eram inimigos  no palanque,fora do assédio popular eram amigos ou colegas.
Por várias vezes mamãe preparou jantares para políticos do partido do papai e lá estiveram pessoas de outro partido.
Eu achava esquisito o amor que as pessoas tinham pelo seu partido,levando ao extremo.
Lembro que quando o candidato ganhava, mandava carta de agradecimento a todos os filiados!
A prendi muito com esses políticos que conheci.
Com Jânio Quadros aprendi que para agradar nós precisamos ser nós mesmos sem máscaras.
Com Carlos Lacerda aprendi a importância da cultura para uma pessoa, e que quem fala bem convence mais.
O Ademar de Barros aprendi a simplicidade!
Os políticos que conheci em nada lembram os atuais,, sem ideais querendo o poder como realização do seu ego,se juntando a pessoas que tanto ofenderam no passado ,só para ganhar eleição.


Hoje não temos partidos políticos, temos políticos que vendem até a alma pro Diabo pelo poder!

19 de fev. de 2013

Volta ao passado

Hoje me vendo em uma casa ampla,tendo ao meu dispor tudo que há de mais moderno para facilitar meus afazeres,voltei a casa da rua J.J.Esteves em Cerqueira César.
Era uma casa simples,muito pequena, tinha só 2 cômodos e o banheiro bem pequeno.!
Nós não tínhamos nada só uma mesa,4 cadeiras, cama,um guarda roupas bem velho,um malão, o berço do Ulisses e muita vontade de viver bem!
Meu sogro nos emprestou um fogão elétrico de duas bocas,que dava choque a torto e direito!
O terreno era bem espaçoso,tornado possível ampliar a casa, mas como se não tínhamos dinheiro para nada.
Nem tanque a casa tinha, eu lavava roupa no lavatório do banheiro.
Para o Ulisses tudo era uma festa,ele morria de rir cada vez que eu tomava um choque e gritava!
Nesse prédio simples eu coloquei toda a minha vontade de construir um lar feliz,sem a interferencia de meus sogros.
Quase nada consegui, mas aos poucos , pelo menos a casa foi sendo ampliada,comprei um fogão,sofá,mesa de centro, uma TV artel,armários e fiz uma sala e cozinha.

No quintal eu plantava milho para fazer pamonha e cural .Meu filho brincava feliz !
Foi nessa terra que enterrei meus anseios,sonhos e passei a aceitar a vida como ela é!!!!!!!!!!!!!!!

18 de fev. de 2013

Padecer

Quando  a noite se avizinhava, meu coração batia mais forte,prevendo o que estava por começar! Durante o dia minhas dores eram suportáveis, mas bastava a noite chegar para o martírio começar!
A casa ficava em silêncio,as vezes se ouvia a voz do vento,mas nem ele queria me fazer companhia,passava rápido mexendo com os vegetais!
O silêncio para quem está se contorcendo de dor ,não é boa companhia!
As vezes a irmã lua enviava seus raios prateados atravez da fresta da veneziana!
Se ao menos eu pudesse andar pela casa................
A rua, de dia tão movimentada, ficava como que morta durante a noite!
As horas não passavam.........era com se o tempo houvesse parado!Eu pensava em como seria bom fechar os olhos e dormir!


Meu médico disse que durante a noite não é enviado para a circulação sanguínea a enzima que acalma as dores, por isso que achamos a dor muito maior a noite!
Foram várias noites sem dormir tendo com companhia a dor!
Quando o sol surgia e com ele um novo dia eu melhorava e passava a executar minhas tarefas como um zumbi!
Como tudo passa, até essa fase passou e hoje já durmo,pouco ,mas durmo!
Sei que logo vou rir desta fase horrível da minha vida!!!!!!!!!!

14 de fev. de 2013

Filho adotivo

A minha amiga que esteve comigo no meu último carnaval,no último dia conheceu um rapaz bonito,fino,educado,culto e aparentava ser de posse.
Ele disse que era de Avaré e se ofereceu em nos trazer para casa, mas eu não aceitei,pois não costumava aceitar carona.
O tempo passou e em um baile em Avaré nos reencontramos e ele pediu o endereço de minha amiga pois se interessou muito por ela.
Ela havia mudado para Botucatu e, eu receosa,achei melhor marcar um dia para que eles se reencontrasse.
No dia marcado eu a levei ao encontro dele.
Resumindo eles se apaixonaram e se casaram no dia 14/04/1966 e eu casei no mesma semana só que no dia 16.
Ficam grávidas juntas e ,juntas confeccionamos os enxovais.Ela com excesso de recurso e eu contando com o pouco que recebia das aulas que dava como substituta efetiva do José Leite Pinheiro.
Como sempre fiz artesanato com minha avó,fiz  todas as roupinhas de crochê e tricô,em troca ela dava material para eu fazer para o meu bebê.
Bordamos juntas,pintamos e sonhamos o mais belo sonho de uma mulher "A hora de trazer nossos filhos para este mundo!
Meu filho nasceu dia 17 de janeiro e o dela 19 do mesmo mês.O parto tão esperado por todos teve um final que ninguém esperava.
Os pais do marido dela eram italianos ,o pai loiro de olhos azuis e a mãe morena de olhos esverdeados.
Seu marido era moreno,um pouco mais que a mãe,mas sua filha nascer mulata,de cabelo pixaco!
Ao ver a filha seu marido ficou apavorado e se desesperou, foi entao que sua mãe disse que sua filha era a cópia de sua mãe biológica.
Ele tinha sido adotado,mas na verdade era o filho querido  e muito amado por eles!
O segredo tão bem guardado fora revelado !O interessante é que ela teve mais 3 filhos mas todos moreno claro!São os mistério da vida,não???????????

12 de fev. de 2013

Carnaval

Eu nunca fui muito de participar de bailes de carnaval.Fui várias várias vezes em Botucatu com meus parentes por parte de pai.
A família se reunia,preparava as fantasias e íamos no Operário ,as 3 noites.Era bem divertido pois estávamos em família.
Mais tarde acompanhe umas amigas em Ourinhos.,Não sei porque nunca quis ir em baile na cidade onde morava,talvez por não ter grandes amigos ou parentes ali.
Um carnaval em especial marcou muito.Era o ano de 1963.Eu havia completado 18 anos e tomado a decisão de  por um fim em meu compromisso amoroso e então decidi pular as 3 noites com um uma amiga.
Decidimos que iriamos pular de saia santropê. Era uma saia mini, só que tinha a cintura baixa.Para garantir que não caísse pusemos um cinto.

Fizemos 3 conjuntos ,um para cada dia de carnaval.A blusa era sempre branca com bolinhas da cor sai e pusemos viés também da cor da saia no decote e na cava.A única peça que repetia era o cinto branco, de couro.
Usamos as cores azul marinho,marrom e preto.Ficaram uma graça.
Mamãe disse que estava pagando para ver nós voltamos sem saia.
Que nada !Ficamos confortáveis pulando com pouca roupa,era só a saia,um short por baixo e uma blusa sem mangas de tricoline.
Fomos pular em Bauru,eramos as únicas com esse tipo de roupa.Chamamos muito a atenção de todos ,pela roupa diferente,mas que logo no segundo dia já surgiu outras vestidas da nossa maneira.
Nós não estávamos procurando namorado, queríamos só nos divertir!Pulávamos no meio de todos,mas sem  estar com ninguém.
Num primeiro momento os rapazes se aproximavam com segundas intenções,mas o nosso comportamento ia aos poucos os afastando e assim pudemos brincar sem estar acompanhada.
Foi nesse baile que minha amiga conheceu aquele que seria o amor da sua vida!
Para mim esse foi o meu último carnaval,pois tempos depois mamãe viria a passar para além vida e minha vida deu uma guinada de 360 graus!!!!!!!!!!!!!

7 de fev. de 2013

meretriz

Eu estava com mais de oito anos e em tratamento de saúde com Dr Paulo Novais em Avaré.
Certa tarde meus pais me levaram para uma consulta.Lá chegando encontramos saindo do consultório uma senhora de idade,com cinco jovens bem esquisitas.
Elas estavam muito pintadas,com vestido bem decotado.sapato de salto,roupas muito justas e mostrando quase tudo.
Elas não se aproximaram de nós,pelo contrário passaram longe,sem mesmo olhar para nós.
Dr Paulo muito envergonhado pediu desculpas alegando que elas tinham vindo buscar o atestado de  saúde ,sem o qual não podiam trabalhar.
Eu achei tudo muito esquisito e perguntei onde elas trabalhavam e Dr Paulo disse que meus pais me contariam mais tarde pois era uma história muito comprida.
Como eu sabia que meus contariam,fiquei calma.Meus pais sempre  falaram de tudo que eu quis saber,pois acreditavam que a ignorância dos fatos leva a malícia.Conversávamos de tudo,tudo mesmo!
Quando saímos do consultório,fomos visitar  minha tia Pepa e depois fomos embora.
Já fora da cidade,mamãe mostrou umas casas e disse aquelas mulheres trabalhavam ali.

Papai foi logo dizendo que elas eram chamadas mulheres de vida fácil.Esclareceu que elas vendiam seus corpos para os homens usarem.Por isso passavam por exame médicos periódicos.
Não entendi direito,foi quando mamãe contou que elas brincavam de fazer nenê com os homens e cobravam por isso,mas que isso não era certo e nem digno de imitação.Entendi que faziam algo errado.
Tempos depois papai me contou que quando um menino virava homem  ,seu pai o levava até elas para elas ensinar o menino a fazer nenê.
Essa explicação valeu muito  para mim por que soube pelos meus pais e não por estranhos o começo de tudo, sem malícia,mas com muito respeito!!!!!!!!!!

6 de fev. de 2013

Minha rua

Foi na casa da  rua Stélio Machado Loureiro ,esquina com a rua XV de novembro que vivi parte de minha infância .Só sai dessa rua quando casei.
Essa rua  localizava-se atrás da igreja Matriz de cerqueira César.
As casas simples, mas na maioria de alvenaria, eram construídas próximas a rua,então as portas de entrada e as janelas davam para a rua.Era comum as pessoas sentarem nas portas das casas para conversar ,nos finais de dia, ou então conversarmos quando estávamos na janela.
Minha casa era a quinta casa depois do jardim da igreja.
Nesse quarteirão todos vivíamos com se fora uma grande família.Quando uma das donas de casa fazia algo gostoso repartia com todos.Era um tal de ir vasilha pra cá,outra pra lá!
Nunca a vasilha vinha vazia,pois quem a recebia se sentia  na obrigação de fazer algo para manda-la de volta.
Todas as crianças eram amigas,brincávamos sempre juntas de amarelinha, pulávamos corda,passávamos anel,de roda,....................................
Subindo a rua XV na calçada contrária , fazendo esquina com a então Avenida Brasil,hoje Prefeito João Cardoso de Oliveira, havia um terreno bem grande onde morava minha amiga Irene e seu irmão Ildefonso,filhos de um soldado.
Eles moravam em uma casa de tábuas,que ficava no meio do terreno.Eu adorava brincar  ali.


Era na esquina ,em frente a minha casa que morava o Fermino Neves, aquele senhor que me emprestava a caneta de ouro, sempre que eu ia fazer prova importante!
Cada vez que saio na frente de minha casa lembro de como tudo era diferente na rua em que vive longos e bons anos da minha vida!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
!

5 de fev. de 2013

O perigo sempre existiu

Vendo as cenas horríveis da tragédia de Santa Maria, me veio a mente, os perigos que minha geração tinha que enfrentar.
Não sei se era o mais terrível, mas tenho certeza que era o que mais matava,o tacho de sabão.
Antigamente nossas mães faziam sabão em casa ,usando sebo derretida e soda cáustica e comumente faziam em tachos perto de casa.
Era justamente onde as crianças brincavam e por várias vezes ao brincar,sem perceber a criança caia dentro do tacho.Dificilmente essas crianças se salvavam.
Conheci muitas crianças que morreram dessa maneira!
A soda cáustica era branca ,parecendo um doce e por várias vezes soube de criança que levou-a a boca.
O mais terrível desses casos foi com um amigo meu ,que pegou a soda e tentando  esconder mãe que vinha  vindo, colocou um bocado na boca e bebeu água.
Quando sua mãe chegou perto dele ele já agonizava.Por quase 15 anos ele ficou em tratamento pois teve parte do aparelho digestivo e respiratório  todo queimado.Hoje vive cheio de limitações.
Outro perigo que enfrentávamos eram os bichos peçonhentos. picados Não raramente crianças e jovens morriam picados por cobras!
Terrível também era a queda de cavalo ou mesmo um coice desse animal.Muitos se tornaram aleijados por isso e outros tanto perderam a vida!

Como se vê, perigo sempre existiu, basta reconhece-lo e se afastar dele!!!!!!!!!!

3 de fev. de 2013

Brincadeiras infantis da minha época

Sou de uma época em que a convivência social era muito intensa.Era comum as família se visitarem varias vezes na semana.
Após o jantar saiamos todos,mamãe,papai,vovó eu e minha irmã fazer uma visita.
Como eu morava no sítio as mulheres levavam seus afazeres( trico,crochê,ou bordados, e os homens caso tocassem um instrumento o levavam.
Logo que chegávamos eramos recebidos com um café com bolinhos.As mulheres sentavam na varanda e iluminadas por um lampião ou lamparinas ,enquanto colocavam em dia as fofocas iam tecendo ou bordando.
Os homens ou jogavam cartas ou tocavam e cantavam.
Nós as crianças íamos para o terreiro de café, que quase sempre ficava na frente da casa , para brincarmos.
Nossas brincadeiras eram totalmente diferente dos dias atuais.Nossas brincadeiras quase sempre envolviam o o físico.
Nós pulávamos amarelinhas,cordas,jogavam petecas,passávamos anel,brincávamos de roda,de pega-pega ,etc
Eu me tornei uma especialista em fazer peteca de palha de milho com penas do rabo das galinhas.
Quando chegava a hora do retorno estávamos cansados de tanto brincar.


Iluminados pelo luar retornávamos para casa felizes e pensando no novo passeio!!!!!!!!

2 de fev. de 2013

Demanda

Os italianos que vieram para o Brasil,tinham um só objetivo: ter terra para plantar.
Por esse motivo ,quando conseguiam, com muito esforço, comprar um pedaço de terra lutavam com unhas e dentes para defender.
Tudo que colocava em perigo as suas terras eles iam para uma demanda .
Se um gado do vizinho passava para suas terras,comer da sua grama,uma cerca que era mudada,ou um mata burro que era colocado já tornava o vizinho inimigo. 
Na minha família há uma demanda histórica.
Antes quero esclarecer o que  é uma demanda:é o que nos hoje dizemos processo.
Meu tio Mingo comprou um sítio que confrontava com as terras de meu avô José em um trecho pequeno.
Como a cerca estava muito ruim ele resolveu renovar.Meu avô achou que ele avançou a cerca para suas terras ,e aí começou a briga.
Uma demanda foi instalada e pai e filho passaram a ser inimigos ferrenhos,um não conseguindo ficar onde o outro estava.
Meu avô acusava meu tio de ter roubado 10 metros da terra dele.
Por outro lado meu tio dizia que era mentira,que fez a cerca exatamente onde ela estava antes.Meu avô proibiu toda e qualquer relação com tio Mingo,papai foi o único a enfrentá-lo ,dizendo que ele não tinha a ver com a briga  Besta deles, tanto que a esposa de meu tio foi minha madrinha de crisma.
Eu achava tão esquisito meu tio não ir a casa do seu pai e foi ele mesmo quem explicou porque não ia.
Meu avô morreu sem nunca mais conversar com o filho.


Hoje os dois moram na alem vida e aqui deixaram essa terra que os separou!!!!!!!!!!!!!!